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Protesto de feirantes da José Avelino tem show em trio elétrico

Breve apresentação de Samyra Show foi atração. Feira deve acabar domingo, segundo a Prefeitura. "Mas se o Prefeito não negociar, vai ter guerra", sinalizavam feirantes em cima do trio
15:55 | Mai. 11, 2017
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
Feirantes da rua José Avelino protestaram contra a retirada das bancas, na manhã desta quinta-feira, 11, próximo ao Paço Municipal, no Centro. A Prefeitura de Fortaleza marcou a remoção para a próxima semana, sendo domingo, 14, (Dia das Mães) o último dia. A manifestação, que mais pareceu festa, foi realizada com trio elétrico, contando ainda com breve apresentação da cantora Samyra Show.
 
A Guarda Municipal bloqueou acesso ao entorno do Paço. No entanto, não houve conflitos. “O protesto é cidadão. Se não fosse, a gente já estaria quebrando tudo. Mas se o Prefeito não negociar, vai ter guerra”, sinalizavam feirantes no trio.
 
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O grupo quer permanecer na área da Praia de Iracema, defendendo a manutenção de empregos e movimentação financeira multimilionária. No último dia 2, os feirantes protestaram na Câmara de Vereadores, durante audiência pública sobre o assunto.
 
A proposta da Prefeitura é realocar os ambulantes em espaços como o Mercado São Sebastião e o Centro Municipal de Pequenos Negócios (antigo Beco da Poeira).
 
“Mas o que a gente vai fazer no São Sebastião? A gente não vende fruta, vende roupa. O prefeito não deixa a gente trabalhar. Só queremos que ele organize a rua”, disse Maria Cleane, feirante na José Avelino há 7 anos. “No Beco da Poeira não vende. Tem gente da minha família que não consegue vender em boxes lá e vem vender aqui”, completou.
 
[SAIBAMAIS]

Jackson Rodrigues, feirante há um ano, critica a dificuldade de conseguir outras opções de instalação. “O prefeito disse que ia facilitar a compra de box no Centro Fashion. É mentira. Começar um negócio devendo R$ 17 mil não dá para a gente, que ganha R$ 1 por peça, muitas vezes”.
 
As intervenções para restauração da José Avelino vão começar no próximo dia 15 e durar cerca de 60 dias, de acordo com a Prefeitura. 
 
Mudanças

O projeto Fortaleza 2040, da Prefeitura, prevê a requalificação da área e a transformação do bairro Jacarecanga em um novo corredor têxtil da Cidade.
 
Tombada como patrimônio histórico de Fortaleza desde dezembro de 2012, a rua José Avelino passará por restauração do calçamento, recuperando a pedra tosca da época, mantendo a demarcação do trilho do antigo bondinho que circulava pela região.
 
Além disso, a José Avelino receberá novidades em urbanismo, como mobiliário urbano, iluminação em LED e faixas elevadas para pedestres.

Durante a intervenção, haverá bloqueio da via no trecho entre a avenida Alberto Nepomuceno e a rua Boris. A rua Baturité também só receberá tráfego local.
 
A avenida Alberto Nepomuceno, que cruza a José Avelino, também passará por requalificação viária no trecho entre a avenida Pessoa Anta e a rua Sobral. As intervenções terão início com a reconstrução do canteiro central e implantação de calçadas e ciclofaixa. O passeio deve ser bloqueado em etapas.
 
O projeto prevê ainda intervenções na Praça Caio Prado, conhecida como Dom Pedro II, com recuperação da pavimentação, do paisagismo e da fonte - escultura realizada por Sérvulo Esmeraldo.
 
A rua Sobral receberá a implantação da calçada estendida. Já a Travessia Icó passará por requalificação da calçada, reforço de iluminação e paisagismo. Confira maquete. 
 
Comércio

O prefeito Roberto Cláudio já havia destacado a identificação dos trabalhadores informais”em busca da sobrevivência da família”, da rede de atravessadores, formada por empresários que trabalham à revelia da formalidade. “Estes não nos interessam. O caminho para eles é a fiscalização, é o fisco, é a lei”.
 
Também deve ser negociado o deslocamento do mercado consumidor de fora de Fortaleza para os outros centros. “Vamos construir uma saída que dê a eles uma alternativa que custe a mesma coisa que eles pagam hoje, mas que dê segurança, estabilidade, acabe com a precariedade para eles mesmos e que, por outro lado, a Cidade retome seus espaços públicos”, disse RC.
 

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