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Após queda de liminar, feirantes assistem a intervenção na José Avelino

19:46 | Mai. 17, 2017
Autor Jéssika Sisnando
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Jéssika Sisnando Repórter
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Tipo Notícia

[FOTO1]Após a queda da liminar que garantia a feira na José Avelino, nesta quarta-feira, 17, as máquinas seguiam retirando as pedras da via. Os feirantes se aglomeravam na Avenida Alberto Neponuceno.

Antônio Nascimento Bernardo, 53 anos, é feirante há cinco anos e vai voltar a morar no Interior, na região de Acaraú. Em Fortaleza, ele disse que tirava o sustento para pagar o aluguel, mas agora não tem de onde tirar. "Hoje eu vim tirar minhas coisas, pois o galpão fechou. Vim saber se tinha feira, mas disseram que não tem. E o rapaz que guarda diz que tenho que tirar minhas coisas amanhã (18)", ressaltou.

Cláudio Ribeiro, de 45 anos, dedicou 10 anos a Feira José Avelino. Ele ainda não sabe onde vai trabalhar. "Foi uma tristeza só. Nossa liminar foi derrubada e a gente está assistindo o pessoal fazendo a obra. Porque infelizmente não vamos poder trabalhar como antes. Aqui era a manutenção do meu lar e de várias pessoas que trabalham comigo.

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"Tudo o que nós construimos até aqui foi proveniente dessa feira. A sensação que nós temos é que estamos lutando com um gigante, um menino de 10 anos lutando com um gigante. E um gigante muito bem armado, que é o Estado. Nós não sabemos onde vamos trabalhar, pois o Prefeito está dizendo que os galpões estão irregulares.

 Margarida Alves Martins, de 70 anos, é moradora da José Avelino há 20 anos. Na residência dela, os feirantes pagavam uma taxa e podiam tomar banho ou comer. "Foi uma guerra. Muita bomba, fumaça. Não dava para dormir, moro com minha irmã de 73 anos. Quando tinha a feira a gente morava normal e não empatava nada. Para a gente sem a feira é ruim, pois deixa de ser movimentado. Nos dias que não tem feira aqui é um deserto", lamenta.

Polícia

 

[FOTO3]O Batalhão de Choque se manteve na via, com o veículo blindado e a tropa do Comando de Distú rbios Civis (CDC), Comando Tático Motorizado (Cotam), além de militares da Cavalaria. Segundo o subcomandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Martins, foram apreendidos 20 coquéteis molotov na tarde desta quarta-feira, 17. 

 

Chegou uma denúncia de que na Travessa Borís havia o material explosivo. Segundo o oficial, o material é constituido de pólvora, estopa e gasolina. Os policiais encontraram o material escondido. Pela manhã foram apreendidos rojões, gasolina, coquetéis, madeira com arame farpado e seis pessoas foram conduzidas ao 34º DP (Centro).


 Segundo o coronel, durante a tarde, não houve confronto. Em um dia de feira, na via, chegavam aproximadamente 100 ônibus, não havia nenhum. A via estava bloqueada desde o Dragão do Mar pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).

 

 

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