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Doulas na assistência ao parto: uma experiência de amor

Fortaleza receberá curso de formação de doulas neste mês; conheça o papel da acompanhante especialmente treinada para oferecer apoio físico e emocional à parturiente
18:45 | Abr. 10, 2017
Autor Bruna Damasceno
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Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
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Tipo Notícia

[FOTO2] Foi na manhã de uma terça-feira de maio, em uma casa no Guararapes, longe do ambiente hospitalar, que Ianê nasceu, há dois anos. A então parturiente, Bruna Ianara Lobato, 24, deu à luz ao lado do marido, da doula e duas enfermeiras obstetras. 

 

Durante o trabalho de parto, alguns banhos no chuveiro e na piscina instalada na sala da casa, um bocado de afeto do marido, amparo emocional da equipe, e a pequena nasceu no quarto da mãe. "O ambiente foi intuitivo, de acordo com o trabalho de parto. Foi acontecendo e fui variando os ambientes da casa, até que o parto mesmo aconteceu em frente essa cama (da foto), numa banqueta, que é um acessório que simula um vaso sanitário”, explica Bruna.

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[FOTO1] A mãe de Ianê conta que se sentiu amparada pela doula. “Em todos os períodos, me senti protagonista das minhas escolhas. Ciente de tudo, sendo consultada sobre os procedimentos possíveis do que estava sendo feito no meu corpo. De outra forma, seria bem mais difícil”, relata. “Eu virei fã desse método, incentivo todo mundo”, diz Bruna, que está grávida do seu segundo filho, Isaac.


A doula de Bruna, Liana Queiroz, explicou que o papel da doula é oferecer apoio emocional à parturiente. “Antigamente, os partos eram feitos em casa, com a ajuda das mulheres da comunidade, uma mãe, irmã ou vizinha. Elas estavam lá para encojarar a mulher, ajudar na respiração, aquecer a água...Depois, o parto foi para o hospital e se tornou um evento médico. A mulher perdeu esse acompanhamento”, explica.


Liana conta que o parto domiciliar ou mesmo em um hospital, com o apoio da doula, faz com que a experiência "deixe de ser um evento médico para dar protagonismo à mulher" e explica as evidências qualitativas sobre o acompanhamento pela profissional durante a gestação, no trabalho de parto e no parto. 

 

“A presença feminina no parto faz com que a parturiente tenha mais satisfação", explica. De acordo com a profissional, estudos comprovam que a mulher se sente mais segura amparada por uma doula. "A parturiente começa a entender quais são as expectativas, os desejos dela". Já a doula, tem a sensibilidade para perceber aquela mulher como protagonista. "Ela (doula) vai ajudar a fazer o caminho, ela vai ser uma cúmplice pra atender as escolhas”, explica.

 

Nos próximos dias 20 a 23 de abril, Fortaleza recebe a 4ª edição do Curso de Formação de Doulas, realizado pela Mãe do Corpo, em parceria com o Gama-SP, Grupo de Apoio à Maternidade Ativa. Ao todo, estão abertas 25 vagas.

 

O curso é voltado para psicólogas, enfermeiras, técnicas de enfermagem, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, acadêmicas, voluntárias e todos aqueles ligados direta ou indiretamente ao parto. Não é necessário ser profissional da área da saúde.

SERVIÇO

 

Curso de Formação de Doulas

Quando: dos dias 20 a 23 de abril, das 8h30 às 18h

Onde: Mãe do Corpo, localizado na rua Pindorama, 268 – Salinas

Telefone: (85) 4141.2304 / 99780.7899


E-mail: maedocorpo@gmail.com


Facebook: Mãe do Corpo

*O conteúdo, teórico e prático, aborda a importância do parto natural, o problema das cesarianas desnecessárias e as questões relativas à excessiva medicalização do parto e nascimento. Todas as informações passadas são baseadas nas recomendações da OMS - Organização Mundial da Saúde e Medicina Baseada em Evidências.

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