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Explosão em posto foi provocada por irregularidade em cilindro de automóvel

À época, o acidente assustou moradores da região do bairro Monte Castelo, mas não deixou ninguém ferido
21:56 | Mar. 21, 2017
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O uso proibido de solda no cilindro de Gás Natural Veicular (GNV) do táxi que estava sendo abastecido foi o que causou a explosão registrada no último dia 26 de dezembro, no posto de combustíveis localizado na avenida Sargento Hermínio, no bairro Monte Castelo, em Fortaleza. Essa foi a conclusão apresentada pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce). O dono do veículo e o proprietário da empresa que realizou a solda foram indiciados pela Polícia Civil.

À época, o acidente assustou moradores da região, mas não deixou ninguém ferido. O taxista José Roberto dos Santos, 40, contou ao O POVO que costuma aguardar o abastecimento dentro do veículo, mas tinha ido ao banheiro naquele dia. “Acredito que foi Deus que me colocou para ir ao banheiro. Foi um livramento de Deus. Assim que me deram a chave e entrei no banheiro, aconteceu”, comentou, na ocasião.

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Houve, porém, danos materiais. O táxi, modelo Toyota Corolla, que havia sido comprado há três semanas, teve a traseira completamente destruída. A estrutura do posto e outros dois carros também foram danificados. O relatório final da análise, que apontou o problema no cilindro do veículo, foi apresentado na manhã, em entrevista coletiva concedida pelo perito criminal Lauro Ferreira, supervisor do Núcleo de Perícia em Engenharia, e responsável pelo caso.

“Esses cilindros não podem ter solda, porque são submetidos a altíssimas pressões. E nós detectamos que ele tinha uma solda, e foi exatamente no local onde ele se rompeu”, assegurou Ferreira. O perito contou que o material também foi analisado por técnicos do Laboratório de Caracterização de Materiais (Lacam) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Um microscópio de microvarredura eletrônica identificou a existência de ferro, silício e enxofre na parte externa do cilindro, que deveria ser composto somente de cromo, níquel e ferro, como na parte interna. “O uso da solda superaquece o material próximo a ela. Essas zonas ficam sujeitas a trincas, que se propagam rapidamente quando submetidas a altas pressões. Se não fosse soldado, não explodiria. Ele se romperia e deixaria o gás escapar. Mesmo assim, seria necessário quase cinco vezes a pressão usada nos postos para que isso acontecesse”, detalhou.

Conforme o delegado Wagner Diniz Leite, titular do 1º Distrito Policial, o proprietário da empresa MV Autos, Franciso Gilmar Fontes Filho, onde a solda proibida foi efetuada, bem como o taxista José Roberto, foram indiciados pelo crime de dano por meio de explosão, cuja pena varia entre 1 e 5 anos de reclusão. Os documentos do veículo também não constava a permissão para uso do GNV.

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