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Contra déficit habitacional, movimento social protesta na Assembleia

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) exige a criação de fundo próprio do Estado para construção de moradias populares. Também é exigida a entrega de casas de um conjunto residencial em Maracanaú
10:45 | Nov. 16, 2016
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realiza, na manhã desta quarta-feira, 16, uma manifestação na Assembleia Legislativa do Ceará (AL/CE), após caminhada que teve como ponto de concentração a Praça da Imprensa, no bairro Dionísio Torres. Denunciando o déficit habitacional no Estado, o movimento requer que famílias de renda até três salários mínimos sejam contempladas com a criação de um fundo voltado à moradia composto por 1% do arrecadado pelo Estado com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Seria uma forma do Estado financiar um programa próprio de habitação, não ficar refém só do programa federal", afirma Sérgio Farias, coordenador do MTST.


Na manifestação desta manhã ainda estão presentes integrantes de três mil famílias da ocupação Povo Sem Medo, no bairro Bom Jardim. O grupo exige a entrega do conjunto residencial Orgulho do Ceará, em Maracanaú, na Grande Fortaleza, que contemplaria algumas famílias da ocupação no Bom Jardim. O movimento teme que o conjunto, já pronto, seja ocupado e depredado por grupos "oportunistas", que negociam com moradia, diz Sérgio Farias. O objetivo do protesto é falar com parlamentares, especialmente, com a deputada Fernanda Pessoa, cuja base eleitoral está em Maracanaú.

 

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O protesto desta manhã está inserido em lutas nacionais em defesa do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e do Minha Casa, Minha Vida — Entidades, que visa a construção de moradias através de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos. O MTST denuncia cortes e "inversões" no programa. "O MCMV que investia em casas para populações mais carentes — dava 17 mil de subsídio —, agora, está construindo casas de R$ 3 milhões", exemplifica o coordenador do MTST. "Com todos os seus defeitos, é o maior programa habitacional que o Brasil já teve", continua. Também nesta manhã, no Rio de Janeiro (RJ), o MTST realiza manifestação em frente à sede da Caixa Econômica Federal.

 

Apesar de não contar com estatísticas oficiais, o MTST estima que o déficit habitacional em Fortaleza é alto, girando em torno de 100 mil unidades — ou 400 mil pessoas. A estimativa não contabiliza moradores de área de risco. Com a crise econômica, o MTST estima que 30% dos trabalhadores não estão conseguindo pagar aluguel, o que torna as ocupações "uma necessidade de sobrevivência", diz Sérgio Farias.

 

Redação O POVO Online

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