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PMs acusados pela morte de pedreiro são absolvidos por júri popular

Os policiais absolvidos José Milton Alves Maciel Júnior, Washington Martins Silva e Dennis Bezerra Guilherme haviam sido denunciados por homicídio triplamente qualificado. A vítima era pai de cinco filhos e não tinha antecedentes criminais
17:19 | Set. 29, 2016
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Tipo Notícia

Por maioria absoluta, os três policiais militares acusados pela morte do pedreiro Francisco Ricardo Costa, em 2014, foram absolvidos pelo Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri Fórum Clóvis Beviláqua, nesta quarta-feira, 28. A sessão foi presidida pelo juiz Eli Gonçalves Junior.


Os policiais absolvidos José Milton Alves Maciel Júnior, Washington Martins Silva e Dennis Bezerra Guilherme haviam sido denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa). No julgamento desta quarta, a acusação ficou a cargo do promotor Rafael de Paula Pessoa Morais e do advogado Carlos Mourão. Já a defesa foi realizada pelos advogados Daniel Maia, Cândido Albuquerque e João Victor Duarte.


O Conselho de Sentença, formado por sete pessoas, aceitou a tese de negativa de autoria dos réus. Apenas os quatro primeiros votos foram revelados – como todos foram a favor da absolvição, os policiais acabaram absolvidos por maioria absoluta, não havendo a necessidade de revelar como votaram os outros membros do júri.

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Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará, o pedreiro Francisco Ricardo voltava do trabalho, de bicicleta, pela rua Francisco Glicério, no bairro Maraponga, quando foi abordado pelos policiais, por volta das 13h30min do dia 13 de fevereiro de 2014.


Ainda segundo o órgão, o pedreiro teria sido confundido com um assaltante e colocado na viatura pelos PMs do Ronda do Quarteirão, levado a um matagal e espancado. Francisco não resistiu aos politraumatismo no Hospital Frotinha da Parangaba. A vítima era pai de cinco filhos e não tinha antecedentes criminais.


No laudo pericial, o pedreiro teve edema cerebral, fratura em sete costelas do lado direito e seis do lado esquerdo, hematomas ou escoriações em braços, pernas, tórax, abdômen, perfuração do fígado, lesão pulmonar. Tudo provocado por um objeto contundente, que se acredita ter sido cassetete ou confa (semelhante ao cassetete, mas com o apoio para a mão).


Expulsos da PM
Os acusados envolvidos no caso chegaram a ser expulsos da PM, após decisão da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), em setembro de 2014.


À época, a morte de Ricardo teve bastante repercussão. Principalmente por semelhanças com o “caso Amarildo”, acontecido no Rio de Janeiro em julho de 2013 - em que um ajudante de pedreiro foi preso na porta de sua casa, torturado, também por PMs. O corpo de Amarildo nunca foi localizado.

 

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