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Agentes penitenciários culpam Estado por rebeliões

O presidente do Sindasp-Ce, Valdemiro Barbosa, nega que os agentes penitenciários tenham impedido visitas aos presídios e refuta acusação do Ministério Público de responsabilizar os agentes pelas rebeliões que resultaram em 14 mortes nos presídios do Estado
17:55 | Set. 19, 2016
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia
O Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp-CE) negou as acusações apresentadas pelo Ministério Público do Ceará, que responsabilizou os servidores pelas rebeliões ocorridas no dia 21 de maio, que deixou 14 presos mortos nos presídio do Estado. O presidente da entidade, Valdemiro Barbosa, culpou o Estado e a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) que, segundo ele, não teria tomado providências de modo a evitar  a série de rebeliões e as 14 mortes ocorridas no dia 21 de maio.

“Como representante da categoria dos agentes, me causou certa surpresa quando ele (Ministério Público) aponta como de nossa responsabilidade algumas questões que são deficiência do Estado”, aponta. A comissão que investigou as rebeliões frisou que a suspensão das visitas foi fator determinante para as a crise penitenciária. A advogada do Sindasp-CE, Ninon Taushmann, informa que o direito à visita dos parentes pode ser suspensa se caso não houver segurança para os familiares, para os detentos ou ainda para os agentes da segurança. 

Os representante dos agentes destacou que em nenhum momento o sindicato desobedeceu o que determina a legislação, e um efetivo de 30% dos servidores foi mantido. A greve foi declarada ilegal, mas o sindicato afirma não ter recebido o comunicado. Na sexta, 20 de maio, o presidente do sindicato afirmou que não chegou ao órgão nenhum comunicado durante o expediente. No dia seguinte, Valdomiro conta ter ido às unidades e nenhum oficial de justiça apareceu no sindicato no sábado.

Outro ponto levantado pelo Ministério Público foi o corte do fornecimento de água, que teria deixado ainda mais tenso o clima nas unidades prisionais. “Atribuir aos agentes penitenciários o corte do fornecimento da água é um verdadeiro absurdo”, informa. Segundo ele, os equipamentos prisionais foram construídos para abrigar 800 presos e recolhem mais de 1.800. “A estrutura não suporta. Para continuar o abastecimento, usam carros pipa. Denunciamos (a Sejus) várias vezes e nada foi feito”, aponta. 
 

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