Esposas de presos realizam protesto em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua
Grupo denuncia más condições e maus tratos aos quais os detentos estariam submetidos na unidade prisional conhecida como Carrapicho, em CaucaiaCerca de 100 pessoas são esperadas em protesto em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, no bairro Edson Queiroz, na manhã desta terça-feira, 16. Capitaneadas por esposas de detentos do sistema penitenciário cearense, o grupo denuncia torturas que os presos estariam sofrendo na Unidade Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira Barros Leal, conhecida como Carrapicho (em Caucaia, na Grande Fortaleza). Em 3 de agosto último, as mulheres já haviam feito manifestação em frente à sede da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus).
De acordo com uma das manifestantes, de identidade preservada, o intuito do movimento nesta manhã é reunir-se com a juíza Luciana Teixeira de Souza, titular da 2ª Vara de Execução Penal e coordenadora do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF). As esposas de presos também querem apresentar reivindicações à promotora corregedora dos presídios, Joseana França. A reunião ocorreria por "nada ter sido feito" após a reunião com o supervisor do Núcleo de Assistência aos Familiares dos Internos da Sejus, Bento Laurindo.
As práticas denunciadas incluem agressões físicas, redução da alimentação, restrição a saída das celas, desrespeito a visitantes e cabelos raspados involuntariamente, além da superlotação. A manifestante ouvida pelo O POVO Online conta que seu marido, preso há três anos no Carrapicho, está com as marcas de queimaduras nas costas após ser submetido a um banho de sol nu. Por não aguentar mais as queimaduras, ele quis sair do local e foi agredido por agentes penitenciários, conta a esposa.
À época da primeira manifestação, a Sejus, em nota, não reconheceu denúncias de maus-tratos, descarte de comida e obrigatoriedade do corte de cabelo; apenas reconheceu a superlotação. Há mais de 1000 detentos no Carrapicho, quando a capacidade é para 600.
Durante a entrevista concedida pela fonte por telefone ao O POVO Online, dois policiais militares (PMs) quiseram retirar o grupo do local — embora, segundo ela, a via não estivesse sendo obstruída. Ela apontou truculência na ação, com agressões verbais e "dedo na cara". Reforço policial foi acionado.
Redação O POVO Online
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