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Jovem relata agressão em casa de show de Fortaleza

A confusão teria iniciado após o jovem fazer crítica no Facebook sobre a tentativa dos seguranças de impedi-lo de entrar na festa trajando camiseta regata
16:20 | Jul. 11, 2016
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Tipo Notícia

Atualizado às 17h26min 

O coordenador de suprimentos Gleiton Silas, de 29 anos, relatou ter sido agredido e constrangido na boate Mucuripe Music, em Fortaleza, durante o show do cantor Saulo Fernandes, no último sábado, 9. Segundo Gleilton, ele teria sido imobilizado pelo pescoço e ofendido por um funcionário da boate, após escrever no Facebook sobre a tentativa da casa de impedi-lo de entrar na festa trajando camiseta regata. A empresa diz que não há registro da agressão.

“Seu palhaço, tu postou no face reclamando e tá aqui curtindo?”, teria dito o homem, enquanto filmava e imobilizava o coordenador de suprimentos. “Me segurou pelo pescoço, disse que eu queria era aparecer, queria mídia, que eu não podia tá fazendo aquilo”, declara Gleiton.

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Na manhã desse domingo, 10, o jovem publicou no Facebook texto explicando o ocorrido, além de fotos de marcas que seriam da agressão. “Ao contrário do que ele falou, não quero mídia, não quero aparecer. Quem me conhece sabe, sou simples, trabalho, sempre estudei, cumpro com minhas obrigações e apenas manifestei a insatisfação frente a um procedimento retrógrado e que não foi previamente compartilhado”, diz o texto.

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Segundo Gleilton, na fila de acesso ao show, a segurança do local tentou impedir sua entrada na casa, pois o uso de camiseta regata não estaria de acordo com as regras do estabelecimento. O jovem explicou que desconhecia a informação e que a regra não constava na divulgação ou no ingresso do show. Quando um amigo de Gleiton tentou intervir e os ânimos começaram a se exaltar, um funcionário responsável foi chamado, autorizando a entrada do jovem.

Indignado com a situação, o rapaz fez uma publicação no Instagram e no Facebook, relatando o constrangimento. ''Então vc se programa, compra ingresso no valor absurdo, para curtir a noite com um artista que vc ama @saulooficial . Daí a casa onde o show vai acontecer barra sua entrada por conta que vc está vestindo ''camiseta''. #mucuripemusic em momento algum foi compartilhado, informado tal proibição e vc perde sua noite'', escreveu Gleiton.

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O texto-crítica, contudo, teria motivado a agressão e ainda mais constrangimento. Já dentro da boate, durante a apresentação, o jovem afirma ter sido abordado de surpresa por outro funcionário, que agiu com violência. “Me puxou pelo pescoço e com um celular filmando. Como eu sou baixo e ele era alto, ele me dominou. Com uma mão só ele me dominou”, conta Gleilton.

Mesmo explicando que a crítica era em relação à humilhação que passou na entrada da festa, o homem não o soltava, afirma o jovem. A cena aconteceu diante do público. Após se soltar do homem com a ajuda de um amigo, Gleiton e seu grupo desistiram da festa e seguiram para uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência.

“De lá mesmo, eu fui pra delegacia da Costa Barros (2º Distrito Policial), mas como tava tendo uma ocorrência que era prioridade, fui direcionado para o 34º no Centro. Do mesmo jeito. Estavam com flagrante e me orientaram que eu podia ir pra casa, me acalmar e registrar a queixa de manhã.

Na manhã desse domingo, Gleiton registrou um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial. O caso foi registrado como injúria. O jovem informou que está sendo assessorado por um advogado e que irá procurar as ferramentas judiciais cabíveis. “A marca no pescoço vai sair, mas o que eu vivi ali com certeza não vai”, lamenta.

O que diz a empresa 

Conforme a assessoria de imprensa do clube, o aviso de que é proibida a entrada de pessoas vestindo camiseta, bermuda e chinelo está afixado na entrada da casa. "O coordenador de segurança falou com ele que verificaria a possibilidade de liberar a entrada e explicou que seria uma excessão. Entendemos que era uma situação de público específico", disse o assessor de imprensa por telefone.

Sobre a acusação de agressão, a empresa diz que "ninguém sabe até que ponto o depoimento é verdadeiro", já que o Gleilton não soube identificar e nem descrever o suposto agressor. "Nós conversamos com todos os funcionários e ninguém soube falar sobre isso. Todos os funcionários trabalham fardados, com a identificação na camisa. O máximo que algum funcionário pode ter falado com ele foi na entrada, onde ele mesmo se exaltou", disse. A casa tem circuito interno de segurança, mas houve apuração das imagens porque existem "pontos cegos".

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio do 34º Distrito Policial informou que o caso está sendo analisado para posteriormente ser instaurado o inquérito policial.

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