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Invasão gera tumulto em assembleia geral dos professores na Parangaba; veja vídeo

Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc) decidiu suspender o ato para garantir a segurança no local
18:30 | Jun. 28, 2016
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Tipo Notícia
Um grupo de estudantes ligados ao movimento estudantil pulou os muros do Ginásio da Parangaba e tumultuou a assembleia geral dos professores da rede estadual de ensino, nesta segunda-feira, 27. Devido à invasão do espaço, o Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc) decidiu suspender o ato para garantir a segurança no local. Não há previsão para uma nova reunião dos profissionais, que estão greve desde o dia 25 de abril.

[SAIBAMAIS2]Em nota de esclarecimento, o Sindicato afirma que um portão foi quebrado e bombas foram estouradas no local. De acordo com o presidente da Apeoc, Anízio Melo, alguns professores e membros da direção da entidade ficaram feridos.

"Foram jogadas bombas ao redor do ginásio. Uma diretora do Sindicato se machucou, assim como outros professores. Foi um conflito que não serve para ninguém, gerou insegurança", comentou Anízio Melo ao O POVO Online.

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Exclusivo à categoria
O ato desta segunda era exclusivo aos profissionais da Educação e não seria permitida a participação de estudantes. No último dia 14, em assembleia da categoria no ginásio Paulo Sarasate, um estudante acidentou-se ao pular o portão do estacionamento. O garoto teria caído de uma altura de 5 metros e fraturado à vértebra.

Após o acidente, a Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza (Secel) enviou ofício ao Sindicato pedindo esclarecimentos. Conforme o documento, datado em 21 de junho, a Apeoc deve garantir a preservação do patrimônio público durante seus eventos e o controle no acesso ao equipamento apenas para o público alvo: professores e funcionários da Educação.

De acordo com Anízio, já havia ocorrido outros incidentes com estudantes. "Eles começaram a participar (das reuniões do Sindicato) e começaram a tomar posições, querendo influir. Compreendemos o movimento estudantil, respeitamos, mas a campanha salarial, só quem pode influir são os professores", afirmou o sindicalista.

Movimento estudantil não aceita
A ação no Ginásio Parangaba foi organizada pelo movimento estudantil, que exige participação na assembleia geral dos professores. "O entendimento da categoria dos estudantes é que temos o direito de participar da assembleia. O movimento estudantil cresceu, oxigenou a greve dos professores. Receio que a própria categoria dos professores venha a receber um golpe do Sindicato para finalização da greve. Queremos sair juntos dessa", comentou o estudante da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, Mesaque Cavalcante, 18 anos, integrante do movimento estudantil.

De acordo com o estudante, a direção da Apeoc não quer dialogar com o movimento estudantil. O jovem afirma que a maioria dos professores apoia os alunos e a participação deles na assembleia.

Fotos de estudantes machucados em decorrência do tumulto foram compartilhadas na página “Nos Fortaleza”, no Facebook. "A maioria foi agredida por seguranças (do Sindicato). Também houve (feridos) por conta do corre-corre do momento. Foi algo do momento, antes de pular o muro, nós queríamos negociar, mas o Sindicato não quis negociar, nem deixar os estudantes entrarem. Foi ação e reação", disse Mesaque.

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