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Professores da Uece paralisam atividades em todos os campi na próxima segunda

Professores e alunos reivindicam promessas acertadas no fim da última greve, em 2015. O Sinduece fará assembleia geral para decidir novas paralisações
14:46 | Abr. 19, 2016
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia

Os professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) vão paralisar as atividades, por 24 horas, na próxima segunda-feira, 25, quando farão um ato em frente ao Palácio da Abolição, em Fortaleza. A categoria reivindica reajuste salarial e mais verba para os campi da capital e do interior, dentre outros benefícios. O campus Itapipoca já está com as atividades paralisadas desde o último dia 15 de abril.

Segundo o presidente do Sindicato dos Professores da Uece (Sinduece), Célio Coutinho, o objetivo é pressionar do Governo para o cumprimento de promessas feitas desde a última greve. "Faremos uma assembleia geral para decidir ou não pela greve geral porque há questões sérias, como o corte de 20% do orçamento da Universidade", disse.

Os professores reivindicam reajuste salarial de 12,67%, nomeação de 81 professores, implementação de incentivos profissionais na folha de pagamento e mais verba para a manutenção dos campi do interior e da capital. "A obra do campus de Itapipoca, no valor de R$ 11 milhões, está licitada desde julho de 2015, mas aguarda assinatura do governador", critica Célio.

[SAIBAMAIS 2] Uma nova assembleia, em Fortaleza, está marcada para o próximo dia 29. "Todo o Comando de Greve deve participar e, nesse intervalo de tempo, estaremos visitando todos os campi para apresentar as dificuldades das unidades", completa o presidente.

 

O POVO Online entrou em contato com a assessoria da Casa Civil e aguarda posicionamento sobre as reivindicações de professores e estudantes. A Uece não comentou as demandas e informou apenas que a paralisação da próxima segunda-feira, integra ato público com todos os servidores estaduais.

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Itapipoca
Professores e alunos da Faculdade de Educação de Itapipoca (Facedi/Uece) estão com as atividades paralisadas desde a última sexta-feira, 15. Eles querem reforma e expansão do campus, que possui apenas quatro cursos de graduação (Licenciaturas em Ciências Biológicas, Química, Pedagogia e Ciências Sociais - este último implantado recentemente).

"A Facedi é a única faculdade pública da região, e a implantação de mais cursos era pauta da greve de 2013. Esse curso novo (Ciência Sociais) será trimestral e vai oferecer 45 vagas, mas no próximo ano não teremos onde colocar uma nova turma", explica o aluno de Ciências Biológicas e secretário do Comando de Greve da Facedi, José Ivanildo, 24 anos.

De acordo com ele, a obra para a expansão da Fecedi foi autorizada na gestão de Cid Gomes, mas ainda não foi iniciada. "O Camilo disse que ia cumprir, a proposta era que as obras começassem em dezembro do ano passado, mas ele ainda não assinou. Não recebemos reforma, não temos laboratório, nossa biblioteca é uma vergonha", cita.

O campus de Itapipoca também carece de residência e restaurante universitário, conforme Ivanildo. "A demanda na região é de 10 mil estudantes, mas só temos cerca de 200 vagas. Metade dos estudantes são de outros municípios e, muitas vezes, precisam abandonar os cursos porque não têm como pagar aluguel e alimentação".

A direção da Uece informou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a greve em Itapipoca e, por isso, não se posicionaria.

 

Saiba mais
Em 2015, professores e estudantes da Uece paralisaram as atividades por 112 dias. O fim da greve, em outubro, foi definido após o governador Camilo Santana aceitar algumas propostas da categoria, como concurso emergencial de professor efetivo, servidores técnicos e administrativos, além da garantia de  licitação da obra de expansão e reforma da Facedi. Antes dessa greve, a Uece passou por duas paralisações, em 2007. A primeira, de janeiro de 2007, foi motivada, principalmente, pelo atraso do pagamento do salário dos professores.

 

A segunda greve teve início em novembro de 2007 e reivindicava a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos professores. A paralisação foi encerrada após três meses com a promessa de aumento salarial de 100% em três anos. O PCCV dos professores e o aumento de até 100% dos salários deles foi instituido em maio de 2008 pela lei 14.116.
 

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