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Pesquisadores detectam zika em macacos no Ceará

Os resultados preliminares foram publicados no periódico bioRxiv, e a descoberta mostra que a doença pode ser mais difícil de ser controlada do que se pensava
09:03 | Abr. 22, 2016
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Tipo Notícia

Atualizada às 16 horas

Macacos infectados pelo vírus zika foram encontrados pela primeira vez fora do continente africano por pesquisadores cearenses e paulistas . Os animais foram localizados em diferentes regiões do Ceará, entre julho e novembro de 2015. Ao todo, foram capturados 15 soins e nove macacos-pregos em áreas com notificação de zika e ocorrência de microcefalia, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa).

Os resultados preliminares foram publicados no periódico bioRxiv, e a descoberta mostra que a doença pode ser mais difícil de ser controlada do que se pensava. Os animais foram capturados em Fortaleza, Guaraciaba do Norte, São Benedito e Tabuleiro do Norte.

“Este é o primeiro relato de infecção pelo vírus zika em primatas neotropicais e indica a possibilidade de que estas espécies possam atuar como reservatórios do vírus, semelhante ao observado no ciclo silvestre da febre amarela no Brasil”, disse a bióloga Silvana Regina Favoretto, coordenadora do projeto “Raiva em silvestres terrestres da Região Nordeste do Brasil: epidemiologia molecular e detecção da resposta imune”, desenvolvido em parceria pelo Instituto Pasteur de São Paulo, Universidade de São Paulo (USP) e Sesa. 

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Cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP) e do Instituto Pasteur estavam capturando saguis e macacos-prego para um estudo sobre raivas, mas acabaram identificando o zika em 29% das amostras.  Sete dos 24 animais que passaram pelo teste de zika estavam infectados na região costeira do Ceará e áreas de caatinga e de floresta. A previsão é que os pesquisadores retornem em maio para fazer exames em mais macacos e recapturar alguns animais testados.

Segundo a veterinária Naylê Holanda, coordenadora do projeto no Ceará, a pesquisa ainda não apresentou conclusões, mas é provável que os animais tenham sido infectados pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti a partir de humanos.

Em nota, a Sesa informou a preocupação é com a possibilidade do zika ser transmitido a humanos a partir de animais, como no caso da febre amarela. Os soins e macacos-prego testados no Ceará para o vírus zika tiveram um microchip implantado e foram devolvidos ao habitat.

O POVO Online tentou entrar em contato com o ICB-USP, mas as ligações não foram atendidas.

Redação O POVO Online

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