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Grupo tenta ocupar terreno abandonado; Prefeitura diz que local será uma praça

Dezenas de pessoas, oriundas da área e de outros bairros da capital, demarcaram o terreno abandonado. As obras pra a construção de uma praça no local começam até junho deste ano, segundo a Prefeitura
11:45 | Mar. 21, 2016
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia
Um grupo de moradores tentou ocupar um terreno abandonado no Parque II Irmãos, entre as ruas B e C, na madrugada desta segunda-feira, 21, em Fortaleza. Com estacas e cordas, eles demarcaram lotes durante a noite de domingo, 20, mas, segundo a população, os objetos teriam sido retirados após ação policial. Não houve confronto e, conforme a Prefeitura, o espaço dará lugar à praça do conjunto Jardim Primavera, que está em processo de licitação.

Algumas estacas e inscrições de giz permaneciam na área, durante a manhã desta segunda-feira, 21. Mulheres que participaram da ocupação do terreno contaram ao O POVO Online que não vão desistir e pretendem voltar ao local. “A gente tava em casa quando viu um pessoal demarcando e resolvemos também marcar porque está muito difícil morar de aluguel por aqui”, disse a dona de casa Erivânia Teixeira, 23 anos.

A demarcação teve início às 19 horas de domingo, com a participação de cerca de 50 pessoas do entorno e também de outros bairros. Os moradores da área relataram que uma equipe da Polícia Militar impediu a ocupação por volta das 6h30min desta segunda, e os participantes da demarcação fugiram do local. ''Os PMs botaram a gente pra correr, disseram que a gente ia ser preso por crime ambiental, mas não sei que ambiente tem aqui, ‘tá’ muito é poluído", afirma a feirante Maria de Nazaré Ferreira, 43 anos.

Maria conta que chegou no terreno por volta das 22 horas e ficou até as 2 horas. Voltou durante a manhã e pretende ficar na área até que um grupo maior seja formado para nova demarcação. "Aqui o aluguel mais barato, que você encontra para morar desconfortavelmente, sai por R$ 350. Eu não sei muito sobre criminalidade, mas acho que a gente ficar aqui é um crime menor. A Prefeitura não faz nada, aqui já está tomado pela violência", critica.
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Outra feirante, Francinete Jerônimo da Silva, 44 anos, diz que está inscrita no Minha Casa Minha Vida (MCMV), mas até o momento aguarda uma residência. "O policial diz que é [área] verde, mas se a gente não precisasse de um lugar para morar a gente não estava nem aqui, estava era trabalhando", completou a doméstica Ereni França Ricardo, 24 anos.

A Polícia Militar informou, por meio de assessoria de imprensa, que o comando da área está ciente da demarcação, mas ''não realiza interferência em ocupações sem ordem judicial devidamente expressa''. A Secretaria de Regional II também informou ao O POVO Online que ''está ciente do problema e acionará a Guarda Municipal e PM caso haja necessidade''.

A secretaria disse que a expectativa é que as obras da praça do conjunto Jardim Primavera comecem até junho deste ano, pois a reforma está em processo de licitação. O projeto integra a reforma de 23 praças na regional -  três já foram entregues (no Guajeru, Edson Queiroz e Aerolândia) e outras três estão fase de andamento (no Dias Macedo e Jangurussu).

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