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'Denúncia de foco de dengue é uma calúnia', afirma diretor de trânsito da AMC

"Cemitério de coletivos", localizado em um terreno aos fundos da atual sede da AMC, é o principal alvo da queixa de um grupo de agentes de trânsito, que teme a proliferação de focos do mosquito na região
19:37 | Fev. 18, 2016
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) esclareceu nesta quinta-feira, 18, ao O POVO Online sobre as condições do atual prédio da instituição, que agora funciona na antiga sede da Companhia de Transportes Coletivos (CTC), no bairro Cidade dos Funcionários, após denúncias de agentes de trânsito sobre possíveis focos do Aedes aegypti no local. O "cemitério de coletivos", localizado em um terreno aos fundos da atual sede da AMC, é o principal alvo de queixa do grupo, que teme a proliferação de focos do mosquito na região.

Segundo o diretor de trânsito do órgão, João Bezerra, a denúncia dos servidores é "calúnia". Ele defendeu a Autarquia e afirmou que a limpeza do local tem sido realizada constantemente desde a mudança para a nova sede, há quase um mês. João explica que a vigilância sanitária fez uma vistoria na região que abriga os ônibus e encontrou apenas larvas de muriçoca, descartando qualquer foco de mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus.

%2b Confira a galeria de fotos dos ônibus abandonados

"A limpeza tem sido realizada, retirando o lixo daqui, organizando as sucatas dos ônibus abandonados. Foi feita uma assepsia geral e a CTC já vinha fazendo isso. Essa denúncia de foco de dengue é um absurdo, uma calúnia. Não existe isso", comentou Bezerra em entrevista exclusiva ao O POVO Online.

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Apesar de afirmar que não existem focos do mosquito, o diretor garante que a vigilância do terreno será intensa. "A gente sabe que existe a campanha nacional, mas a nossa vigilância será constante. Não estamos nos descuidando em relação a isso", disse ele.

O POVO Online procurou a servidora que denunciou a situação dos coletivos, de forma anônima, para repercutir as declarações do diretor de trânsito da AMC, João Bezerra. "É lamentável que diante da seriedade do problema, de todo o lixo, mato e ônibus abandonados, a AMC, por meio de seus diretores, ainda tente negar. Acredito que a negativa se deve ao cargo comissionado ocupado por esse servidor. Os agentes esperam que mesmo com a negativa pública do problema, o que já é um absurdo, que o órgão tenha a decência de manda limpar toda a área onde hoje funciona a AMC", criticou ela.

Coletivos abandonados
A permanência dos ônibus abandonados no terreno é um impasse para a AMC, visto que os coletivos pertencem à CTC e, a maioria, está envolvida em processos judiciais. Portanto, o órgão de trânsito não pode removê-los.

Segundo João, a Autarquia enviou um ofício à CTC alertando sobre os riscos da situação dos ônibus. "A gente sabe que existe a campanha nacional, mas a nossa vigilância será constante. Não estamos nos descuidando em relação a isso", disse ele.
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Conforme o presidente da CTC, Carlos Alberto Alves, a situação dos ônibus envolve um processo demorado, que engloba as esferas estadual, federal e municipal. São 138 coletivos espalhados em uma área de 3 ha, segundo ele. "A maioria dos coletivos está em processo judicial, que só sai com a ordem do juiz. Estamos fazendo o possível da nossa possibilidade em relação à limpeza. A situação está sob controle", comentou.

Estrutura
O atual prédio da AMC está funcionando, mas ainda passará por reformas. Ao todo, serão investidos R$ 400 mil. O diretor de trânsito afirma que 90% dos agentes de trânsito estão satisfeitos com a nova sede.

Entretanto, um grupo de servidores criticou a estrutura. Um agente de trânsito, que preferiu não ser identificado, acredita que a mudança para a nova sede ocorreu de forma imediata, sem ter feito uma reforma necessária em toda a estrutura do prédio. Ele afirmou que há apenas um banheiro feminino; não existe banheiro masculino; falta telefone em todos os setores; e a maior parte dos computadores estaria desligada. O diretor João Bezerra conta que o órgão está trabalhando para melhorar as condições no prédio e pede a compreensão dos servidores.

"Foi uma coisa era pegar ou largar. Um prédio desse é muito cobiçado. Infelizmente, ainda não conseguimos proporcionar aos servidores o máximo de conforto que pretendemos, mas estamos trabalhando para proporcionar isso. Daqui a um ano, um ano e meio, vocês vão ver uma outra AMC. Ainda estamos no meio de um canteiro de obra, mas a limpeza está sendo feita diariamente. O servidor tem que colaborar com isso", contou.

O POVO Online esteve nesta quarta-feira, 17, e quinta-feira, 18, no prédio da AMC. Em relação aos banheiros, o diretor mostrou à reportagem pelos menos quatro sanitários para homens e mulheres. Apresentou também os setores do órgão instalados no local, todos estavam funcionando. Computadores foram vistos em utilização na sede. João Bezerra explicou que uma operadora de telefonia instalaria a rede para telefones nesta quinta.

O extenso terreno que abriga os coletivos abandonados possui uma parte de matagal que avança sobre os veículos. Os ônibus estão depredados, sem condição de uso.

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