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Volume do Castanhão sobe, mas aumento é 'insignificante', diz especialista da Cogerh

O manancial - responsável por levar água para o abastecimento de Fortaleza - teve um aumento de 0,06% e subiu 10 centímetros, após duas semanas registrando queda
15:46 | Jan. 25, 2016
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

Com as chuvas que banharam o Ceará nos últimos dias, o volume do açude Castanhão subiu para 10,53% da capacidade total, após duas semanas registrando queda. Da última sexta-feira, 22, para esta segunda-feira, 25, o manancial - responsável por levar água para o abastecimento de Fortaleza - teve um aumento de 0,06% e subiu 10 centímetros, representando um aporte médio de 13 milhões de m³. Apesar disso, a diretora de operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Débora Rios, afirma que a elevação é insignificante diante do nível máximo do afluente, de 6,7 bilhões. Cada m³ equivale a mil litros de água.

A especialista explica que as chuvas recentes da pré-estação se refletiram de maneira isolada nas bacias do Alto do Jaguaribe e do Sertão de Crateús. Nestas regiões, três açudes sangraram: Caldeirões, em Saboeiro; Trici, em Tauá; e Colina, em Quiterianópolis. O Castanhão está localizado na bacia Médio Jaguaribe, que está com apenas 9,76% de sua capacidade, segundo os dados da Cogerh.
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"Imagina, o Castanhão perde por dia em torno de 3 a 4 centímetros, por causa da evaporação. Para um açude com a sua capacidade, o aumento registrado ainda é muito insignificante. O Castanhão com 10,53% é um alerta sim, mas o Governo está tomando medidas para que chegue na quadra chuvosa de 2017 com restrição", comentou Débora.

Atualmente, o manancial do Médio Jaguaribe possui cerca de 705 milhões de m³. Em um ano, o Castanhão sofreu uma queda no nível de volume de aproximadamente 57%. Na mesma data em 2015, a Cogerh marcou um volume de 1,6 bilhões de m³ no açude.

Previsão de 5º ano de seca

Com a previsão de 65% de chances do Ceará entrar no 5º ano de seca, divulgada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a diretora de operação da Cogerh alerta para as restrições de consumo para garantir o abastecimento em Fortaleza, em 2016. Segundo Débora Rios, a distribuição tem que ser trabalhada de forma integrada por todo o Vale do Jaguaribe e a bacia Metropolitana.

Além do Castanhão, Fortaleza é abastecida pelos açudes Aracoiaba, Gavião, Pacajus, Pacoti e Riachão, mananciais da bacia hidrográfica de Metropolitana.

Situação atual
O Ceará possui 153 açudes, com capacidade de 18,68 bilhões de m³. O volume atual é de 2,33 bilhões de m³, segundo a Cogerh. O aporte registrado nesta segunda-feira, no Estado, foi de 34,8 milhões de m³.

Foram registrados aportes em 78 açudes, destacando-se os açudes Acarape do Meio, Angicos, Aracoiaba, Arneiroz II, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Cedro, Edson Queiroz, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas e Pentecoste. Conforme a Companhia, estes aportes permitiram que os açudes Amanary, Flor do Campo, Patos, Realejo e Santo Antônio de Aracatiaçu deixassem o volume morto e que os açudes Carmina, Facundo, Faé, São José III, Sousa, Tijuquinha e Várzea do Boi deixassem de estarem secos.

Número de sangrias no Ceará: três
Número de açudes em volume morto: 35
Açudes secos: 33

 

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