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Secretário da Segurança visita moradores e familiares de vítimas da chacina no Curió

22:54 | 10/12/2015
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“Olhos viram, bocas falaram, mas os ouvidos supremos não quiseram ouvir, mas agora vocês estão aqui e eu queria dizer, que podemos ter medo sim, mas não somos covardes. Enquanto houver dois, um, haverá luta. E eu vejo que não será um ou dois, mais uma comunidade inteira, pois estamos cansados. Palavras e palavras, mas hoje não queremos palavras, queremos atitudes”, esse foi o trecho de um texto lido por uma adolescente de nome preservado na presença do secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Delci Teixeira, que foi até o Curió na noite de ontem.

Delci encontrou os moradores e familiares de vítimas da chacina no ginásio da Escola Municipal Professora Terezinha Parente, a quadra lotada e muita gente em busca de falar no microfone, houve diálogo, questionamento por parte da comunidade. Além do gestor da SSPDS, o comandante Geral da Polícia Militar (PMCE), coronel Geovani Pinheiro da Silva e o delegado Geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, estiveram na instituição de ensino.

 Moradores e familiares tiveram a oportunidade de relatar cara a cara com a cúpula da segurança pública o que viveram no dia 12 de novembro. Com quase um mês, a maioria das pessoas relatava, nas falas, temer o esquecimento do caso. Após um mês da tragédia na Grande Messejana, ninguém foi responsabilizado. O caso está com a Controladoria Geral de Disciplina (CGD), que deve pedir a prorrogação do prazo final da conclusão do inquérito que investiga as mortes.

 O secretário de segurança declarou que se sentia angustiado pela espera. "Já dissemos e eu creio que não resolve muito, o quanto nos angustia essa situação que ocorreu e essa situação que perdura até que sejam apontados os reais responsáveis. Mas essa angustia que nós sentimos, nem se compara com a angustia e a dor, a ausência que os familiares sentem por aqueles entes queridos que acabaram sendo levados por essa tragédia", disse.

Delci disse ao O POVO que, quase todos os dias, é cobrado pelo governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, para que apresente uma resposta acerca da chacina em Messejana. "A vinda foi uma obrigação dos gestores de atender a comunidade, ouvir as reclamações, anseios, dificuldades e ver as soluções. Tivemos aqui uma tragédia que angústia a todos, para nós da cúpula isso é muito constrangedor", explicou o secretário após a participação do evento na escola.

 Diretor
 
De acordo com o diretor da escola, Adriano Nascimento da Silva, que mediou a aproximação, três famílias das vítimas foram até a escola no intuito de saber mais notícias sobre o caso. "Foi no intuito que dissessem (SSPDS) para eles como estava o encaminhamento, pois as vezes não chegam as informações corretas. E vindo do próprio secretário, não sei se traz mais tranquilidade, mas pelos menos eles (família), estão sendo ouvidos", comenta.

O diretor relembra que dois dos jovens mortos na chacina que vitimou 12 pessoas eram alunos da escola. "O Pedro (Pedro Alcantara Barroso ) era voluntário na banda e ensinava os meninos a tocar instrumentos musicais. O outro jovem do Cuca Jangurussu (Jardel Lima dos Santos) era professor de percussão e o Alisson (Antônio Alisson Inácio Cardoso) trabalhava em uma empresa de táxi não cadastrado. Pedro e o Alisson eram exemplares", finaliza.
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