Polícia ainda não tem suspeitos de tentativa de homicídio contra pastor
Alan Luz afirmou que recebia ameaças por causa do acolhimento que a Filhos da Luz faz com gays, lésbicas, bissexuais e transexuais
O bispo Alan Luz, da Igreja Apostólica Filhos da Luz, segue sem ter informações de quem são os autores da tentativa de homicídio que sofreu em 22 de outubro. Dois meses depois do crime, ele mudou a rotina, as rotas que normalmente fazia e anda "antenado" contra qualquer atitude suspeita, como contou ao O POVO Online.
Mesmo imagens de câmeras de vigilância obtidas pela polícia não foram capaz de dar pistas de suspeitos, ao não conseguirem captar a placa do veículo em que os criminosos estavam. Alan, porém, agradece à polícia, que passou a ter uma atenção maior a ele, "sempre entrando em contato através de telefone". Para ele, ter tornado público o ocorrido ajudou na própria segurança. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso, por meio da delegada Socorro Portela.
A delegada diz que a polícia trabalha com a hipótese de tentativa de assalto. Pela trajetória dos carros, vista nas câmeras de vigilância, a delegada afirma que o veículo onde o bispo estava não estava sendo seguido. Segundo ela, não é possível determinar o que motivou o disparo que estilhaçou o vidro do carro do bispo. Ela estima que um esboço de reação por parte do bispo pode ter ocasionado o atentado, mas reconhece ser difícil precisar. "Não se sabe o que se passa na cabeça de um criminoso. Ele poderia estar bêbado, por exemplo", disse. Outras hipóteses, porém, não estão descartadas. As investigações continuam, afirma Socorro Portela.
À época da tentativa de homicídio, Alan Luz afirmou que recebia ameaças por causa do acolhimento que a Filhos da Luz faz com gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Perfis 'fakes' no site de relacionamentos Facebook e ligações anônimas ameaçavam-no dizendo que "qualquer dia poderíamos ser atingidos por uma bala", disse ao O POVO Online no dia do atentado. "A intenção era me calar, dizendo que eu tinha que parar com essa aberração. Eram mensagens de ódio, dizendo: 'vocês merecem morrer'; 'homossexuais são uma vergonha'; e 'qualquer dia vamos quebrar a cara de vocês'". De lá para cá, Alan Luz não mais recebeu ameaças.
Relembre o caso
Eram 0h30min do dia 22 de outubro quando, ao lado da pastora Lúcia Martins, Alan Luz estava com o carro parado no sinal do cruzamento da Avenida dos Expedicionários com a rua Nove, no bairro Montese. Os religiosos voltavam da rádio Diversidade FM, na qual haviam terminado de fazer uma gravação. Conforme o bispo, um carro parou ao lado do veículo onde estavam, "a uma distância suficiente apenas para abrir a porta", um homem desceu armado. "Abaixei a cabeça e ouvi o tiro. Passei a primeira marcha e arranquei", narrou o bispo. O disparo não atingiu ninguém e Alan conseguiu despistar os criminosos.