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MTST se posiciona contra pedido de impeachment acolhido por Cunha

Segundo o coordenador estadual do MTST, o movimento é contra o pedido de impeachment acolhido por Cunha, mas tem fortes críticas ao governo Dilma

18:00 | 03/12/2015
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O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se manifestou contra o pedido de impeachment, liberado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última quarta-feira, 2. O grupo divulgou uma nota nacional com cinco razões pelas quais o Movimento não apoia a decisão do presidente da Câmara dos Deputados. A coordenação nacional discute, neste fim de semana, em São Paulo, uma série de atos no País.
 
De acordo com o Coordenador Estadual do MTST, Roger Medeiros, o movimento é contra o processo, mesmo tendo duras críticas ao governo Dilma. "Nós temos cobrado um posicionamento coerente da presidente com a proposta dela para os trabalhadores", afirmou. "Entretanto, temos visto um avanço da direita dentro e fora do governo". Segundo ele, a "manobra de Cunha" compromete a capacidade de apoiar os direitos dos trabalhadores. 
 
[SAIBAMAIS3]"Que fique claro que continuamos com a postura crítica em relação ao Governo, mas não vamos aceitar o pedido de um sujeito que tem a idoneidade duvidosa", continuou. "É um atraso a politica brasileira. Vamos construir uma mobilização contra essa chantagem, mesmo tendo críticas ao ajuste fiscal do governo Dilma".
 
Neste fim de semana, a cúpula nacional do MTST se reúne, em São Paulo, para discutir o "calendário de lutas" que devem ser realizadas em todo o País. "Estamos nos articulando com os movimentos de frente para uma grande mobilização nas ruas", continuou. Além do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, movimentos como Intersindical, Rua Juventude Anticapitalista, Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). 
 
Leia a nota completa da coordenação nacional do MTST: 
 
"O MTST vem a público manifestar repúdio à abertura do processo de impeachment capitaneado por Eduardo Cunha. Algumas razões nos levam a essa decisão:
 
1- Eduardo Cunha representa o que há de mais atrasado na política brasileira. Sua agenda é antipopular e de retrocessos. Ao decidir pela abertura do impeachment, Cunha busca livrar o próprio pescoço com uma chantagem aberta. Além disso, as acusações e provas que pesam contra ele o desmoralizam por completo. Cunha não tem legitimidade sequer para seguir como deputado.
 
2- É importante pontuar que Dilma faz um governo indefensável, marcado por um ajuste fiscal que joga nas costas dos trabalhadores a conta da crise econômica. O MTST tem combatido esta política nas ruas, com grandes mobilizações durante todo o ano. Continuaremos neste combate intransigente contra o ataque a direitos e programas sociais. Mas a luta contra o ajuste não pode se confundir com iniciativas golpistas pela direita.
 
3- Se o impeachment for vitorioso, Michel Temer assume a presidência. Só quem não conhece Temer e sua trajetória pode acreditar em alguma melhora para os trabalhadores. Ao contrário, o programa de Temer é aprofundar ainda mais as medidas de austeridade e aplicar contrarreformas no país.
 
4- As forças políticas que apoiam o impeachment são as mesmas que idolatram figuras como Cunha e Bolsonaro e pedem a volta da ditadura militar. Neste cenário, o impeachment significaria o fortalecimento da ofensiva conservadora e do caldo de intolerância que tem marcado a atuação destes setores.
 
5- Por todas essas razões, continuaremos nas ruas e combateremos a chantagem do impeachment  exigindo a queda de Cunha. Seu lugar é na cadeia, não decidindo os destinos do país". 
Redação O POVO Online 
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