Já virou tradição em toda véspera de Natal, o comércio popular no Centro de Fortaleza ferve com as compras de última hora. Os maiores pontos de concentração de vendedores ambulantes e compradores ficam no entorno da Catedral da Sé, do Mercado Central e da rua José Avelino.

À venda, desde DVDs até calçados, passando por brinquedos artesanais, perfumes e chapéus. O maior volume de itens, no entanto, segue sendo o de confecções, da lingerie às calças jeans. Para o vendedor ambulante Francisco Lopes, 71, “as vendas esse ano foram muito boas, todo mundo está vendendo bem, mas ano passado foi bem melhor porque muita gente está em crise financeira”.

A mesma opinião é compartilhada pelo comerciante Alan Roberto , 38, “o movimento está bom e melhorou em relação aos meses anteriores, mas o Natal de 2014 foi muito melhor. Esse ano até vieram muitas pessoas, mas elas estão pesquisando mais antes de comprar.”

A feira da Sé começou ainda na madrugada desta quinta-feira (24), com foco inicial em compradores interessados em levar grandes volumes para revenda.

Opção mais barata
A maior parte das pessoas que foram às compras na manhã no entorno da Catedral da Sé escolheu comprar com os ambulantes a ir às grandes lojas ou shopping centers por conta dos preços mais baixos.

As peças cujos valores variavam de R$ 5,00 a R$ 80,00 tiveram grande apelo popular em um momento de crise econômica do País. A auxiliar de cobrança, Larissa Santos, 22, disse que estava fazendo compras no comércio ambulante porque eles tinham preços melhores.

“Acho até que baixaram os preços em relação ao ano passado porque eles sabem que se não tiverem esse diferencial, ele não vendem” avaliou.

Já a professora Lorena Fraga, 36, disse que “só aqui dá para comprar presente para todo mundo. O preço é bem popular. Até porque esse ano a gente prefere dar pequenas lembranças em vez de presentes mais caros”.

Sobre o tão comentado hábito de comprar de última hora, a professora diz que a questão do tempo é o principal fator que leva as pessoas a adiarem as compras.

“A rotina de trabalho acaba não deixando tempo para gente fazer essas compras antes, daí só sobra tempo às vésperas do Natal”, afirma.

Trânsito e lixoA movimentação do comércio popular ambulante próxima à Catedral da Sé, no entanto, não teve só uma repercussão econômica.

O trânsito e a limpeza urbana sofreram os efeitos da grande quantidade de gente circulando na região, da falta de educação de parte delas e da desorganização e falta de regulamentação das atividades do comércio ambulante.

Próximo ao Mercado Central era possível ver locais com grande acúmulo de lixo. Já nos cruzamentos entre a rua Rufino de Alencar e a avenida Alberto Nepomuceno, o problema era o trânsito intenso.

Muitos dos vendedores e compradores estacionaram em locais proibidos. Já a rua José Avelino estava interditada pelo comércio ambulante, entre a avenida Alberto Nepomuceno e a rua Baturité.

A equipe do O POVO não observou agentes da Guarda Municipal, Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) ou Polícia Militar nas proximidades dos três pontos de aglomeração do comércio popular.