Há cerca de uma semana, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital da Mulher não funciona com sua capacidade total. Enfermeiras e auxiliares de enfermagem que trabalham no local paralisaram os serviços em reivindicação a salários atrasados. As funcionárias, da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Saúde do Ceará (Coosaúde), foram transferidas do Hospital Geral Dr. César Cals para o Hospital da Mulher. 

"As enfermeiras não vão trabalhar desde a semana passada, porque estávamos sem receber desde julho", afirmou uma enfermeira que preferiu não se identificar. Conforme ela, há dias a UTI não tinha nenhum paciente. "Desde que houve a transferência de profissionais do César Cals para o Hospital da Mulher que há essa briga de quem vai nos pagar", acrescentou.  

 

Apesar da deficiência no quadro de funcionários, o diretor do Hospital da Mulher e coordenador dos hospitais e unidades especializadas de Fortaleza, Francisco Alencar, garantiu que nenhuma criança ficou sem atendimento, que teria sido realizado pelos médicos. "O plantão de hoje para amanhã já deverá ter novos funcionários. A partir das 19 horas, as duas estruturas (UTI de Médio e Alto Risco) estarão funcionando normalmente, com toda a capacidade de resposta", afirmou. Conforme ele, o pagamento das enfermeiras teria sido feito à Coosaúde hoje. "Mas eu não tenho como afirmar se as funcionárias receberam", disse.

 

Convênio Estado e Município 

 

De acordo com Alencar, há um convênio entre os governos Estadual e Municipal que prevê o pagamento de obstetras, enfermeiras e ginecolistas do Hospital por parte do Estado. "É a mão de obra necessária para o atendimento de retaguarda da rede materno-infantil", acrescentou.   

O POVO Online tentou conversar com o gerente administrativo da Coosaúde, Iran Carvalho, para saber se o pagamento havia sido realizado. Porém, ele afirmou que só poderia fornecer as informações amanhã, pessoalmente. Conforme O POVO Online apurou, 406 profissionais (286 auxiliares de enfermagem e 120 enfermeiros) trabalham nas unidades estaduais de saúde através da cooperativa. No Hospital da Mulher, estão 44 destes profissionais. 

O POVO Online tentou entrar em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), mas as ligações não foram atendidas. 

 

Amanhã, uma ordem de serviço será assinada pelo prefeito Roberto Cláudio para ampliação do Hospital da Mulher, que terá mais 110 leitos, sendo 10 destinados à UTI. O projeto, que deverá estar pronto no segundo semestre de 2016, conta ainda com a construção de um centro de estudos e pesquisas, ampliação de enfermarias, auditório, centro ecumênico, além de uma Policlínica.  

 

 

 

Redação O POVO Online