Uma semana após a chacina que vitimou 11 pessoas em Fortaleza, a Terceira Marcha da Periferia vai às ruas da capital cearense para protestar contra o extermínio da juventude negra. A manifestação acontecerá nesta sexta-feira, 20, e partirá da Praça da Cruz Grande, no bairro Serrinha, às 16 horas. A organização quer superar o número de 400 pessoas reunidas no ano passado.

 

O cantor de rap Moita, um dos organizadores do evento, afirma que um dos objetivos deste ano é "tirar a luta de dentro do gueto". Para ele, a Serrinha tem uma "tradição de luta" e partir de lá é uma estratégia para dar visibilidade aos protestos. "A ideia é que a periferia possa se juntar em algum lugar de Fortaleza para reivindicar seus direitos. Queremos que essa luta ganhe a cidade". 

 

[SAIBAMAIS3]Moita, que também é professor da rede pública, diz que apesar do "clima de medo" que se instalou após os últimos incidentes, é importante que as pessoas se juntem para cobrar um posicionamento das autoridades. "Estamos tentando juntar todas as comunidades que se sentem injustiçadas na marcha", comentou. Apesar de reunir movimentos da cidade, o artista diz que a passeata "não tem dono". "Todo mundo pode chegar lá".

 

Em seu terceiro ano no Ceará, a manifestação teve início há dez anos, por iniciativa do movimento de hip-hop Quilombo Urbano, em São Luís do Maranhão. A marcha acontece sempre no mês de novembro, em memória ao Dia da Consciência Negra. 

 

Os movimentos Quilombo - Raça e Classe, Hip Hop - Nós Por Nós, Sindicato dos Trabalhores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), Movimento Rua e o Movimento de Mulheres em Luta participam das reunições de organização do evento.

 

Por meio das redes sociais, o movimento Nós Por Nós chama a sociedade para a marcha com o vídeo "Fortaleza, a Capital do Sangue" que mostra relatos de famílias que perderam seus filhos e pessoas da comunidade para a violência. Assista:

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O 20 de novembro foi o dia em que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, foi assassinado, em 1695.  Mais de mil cidades brasileiras homenageiam o Dia da Consciência Negra, incluso no calendário escolar desde 2003, mas Fortaleza não está incluída. A data é lembrada por mais de 30 anos por ativistas do movimento negro.

 

 

A página #TamoJuntoCurió foi criada na última segunda-feira, 16, em apoio aos moradores da Grande Messejana. Artistas como Fagner, Sérgio Loroza e Márcio Garcia já expressaram o apoiam por meio da internet. A página recebeu mais de duas mil curtidas em pouco mais de 24 horas.

 

Serviço 

 

Terceira Marcha da Periferia - Fortaleza

Sexta-feira, 20 de novembro

Às 16 horas 

Praça da Cruz Grande (avenida Dedé Brasil, s/n, no bairro Serrinha. Em frente a Universidade Estadual do Ceará).