PUBLICIDADE
Notícias

Estudantes promovem caminhada contra fechamento de escola

A escola José Maria Campos de Oliveira terá atividades encerradas pelo número baixo de alunos atendidos na instituição e pelo fato de só haver oferta de ensino médio

12:20 | 26/11/2015
NULL
NULL
Os 318 estudantes da escola de Ensino Médio Professor José Maria Campos de Oliveira souberam, na terça-feira, 24, que a instituição deve encerrar as atividades em 2016. Contra isso, cerca de 100 pessoas promoveram, na manhã desta quinta-feira, 26, uma caminhada pelas ruas do bairro Conjunto Ceará.

De acordo com o professor de História João Vianney, o motivo apontado pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc) à direção da escola para o fechamento é uma otimização administrativa. A institução José Maria Campos de Oliveira teria, relativamente, um pequeno número de estudantes e seria ainda um problema oferecer somente o ensino médio. Além disso, haveria uma alta evasão escolar e um grande índice de reprovações. João Vianney, professor há cinco anos na escola, comenta o assunto afirmando que a instituição é um "bode expiatório", visto que fatores como a evasão e as reprovações seriam apenas um "reflexo da baixa qualidade da educação no País".

A Seduc divulgou nota afirmando que o "processo de reorganização escolar acontece anualmente para garantir vagas para as crianças e adolescentes na rede pública". Além disso, diz que houve "estudo a respeito da Escola José Maria Campos de Oliveira para redefinir seu atendimento" e que "não haverá prejuízos para alunos ou professores".

[SAIBAMAIS3]

Conforme o professor, os estudantes seriam transferidos a escolas da região, como a Escola de Ensino Fundamental e Médio Gentil Barreira, distante cerca de 1km da José Maria Campos de Oliveira. Atualmente, a Dr. Gentil Barreira tem seus 406 alunos estudando na José Maria Campos de Oliveira, devido a reformas no prédio em que funciona a escola.

Um dos organizadores da manifestação desta manhã, o aluno do 3º ano do ensino médio Jean Barbosa, de 18 anos, critica a decisão, apontando fatores sociais e afetivos para isso. "Falam da evasão escolar, mas como mudariam isso fechando uma escola?", questiona, citando ainda as distâncias das novas escolas como acentuação desse processo. Para ele, a escola é uma tática de enfrentamento à violência, integrando adolescentes que, de outra maneira, estariam à mercê das ruas. "Como o Governador quer baixar o índice criminal fechando escolas?", questiona. A "grande tristeza" causada pelo "fim de uma parte de nossa história", motiva a "resistência" dos alunos, diz Jean. Ele se diz disposto a ocupar a escola caso a decisão não seja revista.

O protesto contou ainda com a participação de moradores da região e ex-alunos da escola, como a doméstica Deusa Lima, tida por João Vianney com um dos símbolos da José Maria Campos de Oliveira — ao completar na instituição os estudos 20 anos após sair da escola mesmo tendo problemas de saúde que impedem a locomoção. O fechamento "absurdo" provoca o fim de uma "grande escola", de "professores excelentes”, diz Deusa. "Amo essa escola", completa.

Ainda nesta quinta-feira, às 14h30min, está programada uma reunião da Seduc com representantes da escola para explicar os motivos da decisão.

Redação O POVO Online
TAGS