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Denunciar violência doméstica é o melhor caminho para se proteger

O caso do assassinato de Ana Carolina Vieira pelo ex-namorado mostra a necessidade de que as mulheres ameaçadas denunciem os casos à Polícia

18:10 | 05/11/2015
"Se ela tivesse uma medida protetiva, na hora que ele apereceu na frente do apartamento ela poderia ter acionado a Polícia e ele seria preso em flagrante", explica a titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Rena Moura. A delegada referia-se a bailarina cearense Ana Carolina Viera, assassinada pelo ex-namorado na última segunda-feira, 2, em São Paulo. Casos de perseguição após o fim de relacionamentos são comuns e, mesmo após nove anos de Lei Maria da Penha, o número de feminicídios tem aumentado.

"A Lei é muito forte e está sendo cumprida de forma exemplar, mas não houve a desconstrução da cultura machista, que faz com que o homem ache que tem a posse da mulher. Eles não se preocupam se vão ser presos ou não, eles querem é a mulher", detalhou a delegada. Conforme ela, a violência geralmente começa com perfil psicológico, através de ameaças, depois vira agressões verbais e físicas, que é quando pode haver a agravação, com lesões corporais e até assassinato. 

Em todos esses casos existem recursos legais de proteção. Fazer um Boletim de Ocorrência (BO), solicitar a medida protetiva e até analisar a possibilidade de ir para uma casa abrigo são algumas opções. "Mas o fundamental é dar prosseguimento aos processos, não adianta só fazer o BO", ressaltou Rena. 

Como identificar

A delegada descreve algumas situações que podem ser reconhecidas como de violência. Muitas podem passar "despercebidas" em muitos relacionamentos. "Dizer que se a mulher não fizer algo, 'ela vai ver', um ciúme exacerbado, como impedir que a mulher estude, saia com a família; obrigá-la a fazer o que não quer, como sexo... tudo isso é um sinal de violência", descreveu. 

A família também pode denunciar. De acordo com Rena, algumas mulheres tendem a acreditar que o homem vai mudar e se arrepender. "Quem está vendo de fora tem mais noção para identificar", frisa.
 
 
Redação O POVO Online      
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