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Classe artística busca diálogo com o Governo

Com início no Theatro José de Alencar, o coletivo seguiu em cortejo pelas ruas do Centro de Fortaleza. O grupo pausou na Praça do Ferreira para dar inicio ao ato público. Logo depois, apresentaram peças teatrais na Praça dos Leões

14:59 | 17/11/2015
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Com trajes típicos de espetáculos de teatro e circo, artistas de 21 estados brasileiros e de outros quatro países reuniram-se para entregar carta que reivindica melhorias no segmento ao titular da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), Guilherme Sampaio. O documento foi entregue na tarde dessa segunda-feira, 16, na Praça do Ferreira. O secretário afirmou que, além do teto de R$ 40 milhões destinados à produção de editais, pretende lançar publicações específicas à seção artística. O ato acontece após quase um mês da ocupação na Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), em que a classe protestou contra a proposta da Prefeitura de investir R$ 1 milhão no Edital de Artes deste ano.

O ato público faz parte do 17° Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR), que segue até a próxima quarta, 18. Realizado pela primeira vez em Fortaleza, o RBTB busca políticas públicas direcionadas, principalmente, ao teatro popular. Segundo Vanéssia Gomes, uma das articuladoras do encontro no Estado, a ação coletiva tem o intuito de despertar gestões públicas para a realização de arte na rua. “Só queremos mostrar que os espaços públicos podem ser ocupados por arte e que isso pode ser bom para a população”, destaca.

Durante a ação, o secretário falou que os novos editais buscam dialogo entre a arte e os segmentos da população que foram vítimas de violência e exclusão, como negros, mulheres, deficientes e LGBTs. Ele destacou ainda a participação dos artistas na avaliação dos cinco editais lançados pela Secult em 2015. Escolas profissionalizantes em gestão cultural, escolas sociais conveniadas com o governo, parceria com entidades de ensino superior e atualização de escolas já existentes, como o Porto Iracema das Artes, serão, de acordo com o gestor, outras medidas de fomento à cultura.

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Romualdo Freitas, artista das ruas do Estado de Roraima desde a infância, conta que escolheu a profissão há 37 anos. Freitas comenta que muitos artistas, além de se dedicarem ao teatro, têm outro emprego para dar suporte. Ele, em contrapartida, hoje aos 55 anos, buscou viver somente do teatro. Atuar, dirigir espetáculos, fazer adereços e ministrar oficinas são outras funções atribuídas ao profissional. “Tudo para complementar a renda que o emprego deixa faltar”, diz. Segundo o artista, a arte realizada nas praças é “o único benefício para a saúde pública”, em referência a ocupação de espaços público com arte, em combate à insegurança.

Pedestres que passavam pelas ruas do Centro da Capital pararam para ver o cortejo. Cléa Silva observava o festejo de longe. “Todas as pessoas deveriam ser assim, mostrando leveza no cotidiano”. Ítalo Santos (36), que também deixou-se prender pela encenação enquanto trabalhava nas proximidades, lamentou a falta de incentivo aos espetáculos de rua. “A população está precisando desse tipo de cultura”.

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