Atualizada às 14h15

O secretário Francisco Queiroz, chefe de gabinete do prefeito Roberto Cláudio, recebe na tarde desta sexta-feira, 16, em seu gabinete com cinco representantes dos artistas que ocupam desde a última quarta-feira, 14, o prédio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). 

Em assembleia, os manifestantes decidiram que a comissão irá para a reunião, mas não tomará decisões sem consultar os demais artistas. 

Quarenta e oito pessoas, segundo os organizadores, passaram a noite de ontem, 15, no prédio. O movimento denuncia “descaso” da gestão municipal com a cultura na cidade. O estopim, conforme os manifestantes, foi a proposta, tida como baixa, de R$ 1 milhão do Edital das Artes para contemplar projetos de 13 linguagens artísticas. Ainda segundo o movimento, 325 pessoas já passaram pela ocupação nesses três dias.

Desde o primeiro dia, os ativistas exigem reunião com o prefeito Roberto Cláudio para garantir o aumento do valor do edital.

O movimento
No prédio, são realizadas diversas atividades culturais com artistas que participam da manifestação. Nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, ocorre oficina da dança cavalo-marinho; o espetáculo “Abukabum!", do Coletivo Paralelo de Palhaçaria; e apresentação do grupo de hip-hop Coletivo Maloqueira.

Aulas de cursos de universidades da Cidade estão marcadas para ocorrer durante a ocupação. Os cursos de Cinema, Teatro e Dança, da Universidade Federal do Ceará (UFC), têm aulas de algumas disciplinas programadas para acontecer no prédio.

[SAIBAMAIS3] 

A professora Caroline Holanda, do curso de Teatro da Universidade de Fortaleza (Unifor), também irá ministrar aula durante a ocupação. Ela, que leciona disciplinas como Consciência Corporal e Novas Tecnologias em Artes Cênicas, afirma ser “fundamental” a participação e a compreensão de alunos para os problemas da política cultural na cidade. Para ela, os estudantes não podem ficar "indiferentes" a um movimento que trata questões com as quais lidarão no mercado de trabalho.

Entenda
Membros do Fórum de Linguagens, do Conselho Municipal de Política Cultural, protestam contra a proposta do Edital de Artes apresentada pela Prefeitura, que prevê um valor de R$ 1 milhão para contemplar 13 linguagens artísticas. No último edital, datado de 2011, o valor foi de 2,92 milhões. Os ativistas exigem que o valor seja de, pelo menos, R$ 4 milhões. 

Magela Lima afirma que a crise financeira no País atrapalha a alocação de recursos para o edital. Segundo ele, o Edital das Artes sempre teve problemas de viabilidade financeira. "A novidade é que, mesmo não tendo recurso, os comitês gestor e financeiro liberaram a verba. Não resolve o problema, mas ameniza um pouco", disse na quarta-feira, 14.

Saiba Mais
O movimento atualiza notícias da ocupação através da página do Facebook:
Ocupação Secultfor.