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Líderes religiosos do Brasil e do México gravam vídeos em apoio a bispo que sofreu atentado

O grupo publicou as gravações com mensagens de solidariedade na rede social Facebook, usando a hastag #nadavainoscalar

21:25 | 26/10/2015
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O bispo Alan Luz, líder da Igreja Apostólica Filhos da Luz que acolhe a comunidade LGBT em Fortaleza, vem recebendo o apoio de líderes religiosos e amigos de igrejas inclusivas do Sudeste e do Nordeste do Brasil e até mesmo do México, depois de ter sofrido um atentado na última quinta-feira, 22, juntamente com a pastora Lúcia Martins, no cruzamento da avenida Expedicionários com rua Pré Nove, no bairro Montese. O grupo religioso gravou vídeos com mensagens de solidariedade e publicou na rede social Facebook, usando a hastag #nadavainoscalar.

Do México, a presbítera da Igreja Inclusiva Novo Templo, Alejandra Acuña, pediu para que os membros da Filhos da Luz continuem lutando contra o preconceito. "Deus sabe tudo o que vocês estão enfrentando. O inimigo está muito zangado. A gente sabe o bem que vocês estão fazendo. Não tenham medo e continuem na luta", comentou a mexicana.
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Diretora da Diversidade FM - webrádio de onde o bispo Alan Luz saiu e, em seguida, sofreu a tentativa de homicídio - Rosane de Castro criticou o "ódio contra as igrejas inclusivas" e disse estar preocupada com a intolerância religiosa. "O bispo é uma figura super pacífica. Todo mundo que o conhece sabe que ele só tem uma preocupação na vida: é evangelizar a comunidade LGBT. Temos visto nas redes sociais pessoas com muita raiva de homossexuais. Algumas pessoas religiosas não têm condição de conviver com as complexidades de um país democrático, onde há liberdade religiosa. Isso é muito triste, estou muito preocupada.", disse ela.

A bispa Willimar Melo, da Igreja Apostólica Novo Templo Rio de Janeiro, foi uma das líderes religiosas que mandaram mensagens solidárias à igreja do bispo Alan. "A nossa igreja também não faz acepção de pessoas. Sou lésbica, casada e tenho família constituída. Estou aqui para dizer que ninguém vai nos calar", afirmou ela. As mensagens se repetiram em regiões do Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, entre outras.

 

"O movimento no Brasil é muito grande, existem outras igrejas inclusivas no Ceará, no Nordeste e no Sudeste. Estes grupos gravaram vídeos em apoio a gente e isso foi acalmando os fiéis", disse o bispo em entrevista ao O POVO Online. Segundo Alan Luz, a Igreja Apostólica Filhos da Luz também recebeu o apoio da Coordenaria LGBT e da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE), através da Comissão de Combate à Homofobia e Proteção da Diversidade Sexual.
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Medo
Vinte quatro horas depois do atentado, a reportagem teve contato com o bispo Alan Luz e o líder religioso apresentava tranquilidade para conversar sobre o ocorrido e acalmar os fiéis de sua igreja. Porém, ele confessou nesta segunda-feira, 26, que a "ficha caiu" depois de três dias e que sentiu medo. "Ontem (domingo, 25), o sangue esfriou, fiquei muito apavorado, tive problema com minha pressão, depois da reunião (com os fiéis na sede da Filhos da Luz). Me deu pavor ontem a noite e, hoje pela manhã, tive medo de dirigir, mas estou enfrentando", relatou o pastor.

Os integrantes da igreja se reuniram na noite de domingo, 25, em encontro que teve a presença da Polícia, solicitada pelo bispo. "Ficamos muito assustados com os comentários nas redes sociais (após a repercussão do caso), mas feliz de ver o apoio. Solicitamos a presença da Polícia durante a reunião inteira. De início, o impacto foi muito forte, mas com as mensagens de apoio, vai acalmando e causando uma segurança".

Segundo o bispo, a Polícia Civil dará continuidade à investigação sobre a tentativa de homicídio. Nesta segunda, o pastor Alan e a pastora Lúcia fizeram exames de corpo e delito.

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