Internos do Centro Socioeducativo do Passaré realizaram uma rebelião no fim da tarde desta terça-feira, 13. Policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam), que pertence ao Batalhão de Choque, entraram no local e conseguiram conter o motim. A situação está controlada, mas a unidade foi bastante danificada, de acordo com informações da Polícia Militar (PM).

Segundo o capitão Marcos Leandro, do Comando Tático Motorizado (Cotam), 111 jovens já tentavam arrombar o portão de entrada da unidade, onde os policiais chegaram e evitaram a fuga. Seis internos foram detidos ainda neste local, enquanto o restante deste grupo recuou. Outros adolescentes permaneceram em suas celas. "Quando recebemos a autorização, entramos e fizemos a contenção deles. Eles quebraram muita coisa e colocaram fogo em colchões e em algumas partes da alvenaria", contou o militar.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas os próprios policiais conseguiram conter as chamas usando extintores da unidade e do pelotão. Conforme o capitão Marcos Leandro, no momento da rebelião, os internos tentaram fazer reféns duas cozinheiras e dois educadores, mas não conseguiram entrar no espaço - trancado com cadeado - onde os funcionários se encontravam, antes da chegada da Polícia.

Como a unidade foi danificada, os policiais aguardam uma posição da diretora do Centro para saber o que será feito com internos do local. Segundo o coronel Souto,muitas equipes da Polícia Militar se deslocavam para participar do esquema de segurança da partida da seleção brasileira, na Arena Castelão, quando foram informados sobre a rebelião.

"O planejamento deles não deu certo porque desde as 17h estamos iniciando o policiamento para o jogo da seleção brasileira, nas proximidades, e ouvimos na frequência sobre o motim. Veio toda a equipe do Choque. Se não tivesse isso, provavelmente, iria ocorrer uma fuga em massa. A rebelião foi contida e isolada. Falta a contagem ainda", disse Souto.

Superlotação
Segundo o juiz Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, titular da 5ª Vara da Infância e da Juventude de Fortaleza, o centro educacional está superlotado. A capacidade máxima é de 90 jovens, porém, o magistrado afirma ter aproximadamente 200 internos no local. "Houve uma diminuição porque foi inaugurado um centro educacional no Canindezinho e 20 jovens foram transferidos para lá. Ainda assim está muito lotado", informou Clístenes.

Rebeliões
No final de agosto, pelo menos 68 adolescentes fugiram do Centro Educacional São Miguel, no Passaré, durante uma rebelião. No início de março, a mesma unidade já havia registrado um motim, onde os internos atearam fogo nas alas e destruíram o local.

No Centro Educacional Patativa do Assaré, foram registradas três rebeliões em setembro.

Redação O POVO Online