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Derrubada de árvore revolta frequentadores da rua dos Tabajaras

Em nota, assessoria de comunicação da Regional II justificou a necessidade do corte para prevenir acidentes

17:05 | 07/10/2015
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Atualizada às 17h52min

A derrubada de uma árvore na rua dos Tabajaras, na Praia de Iracema, nesta quarta-feira, 7, surpreendeu leitores, que revelaram tristeza e revolta no Facebook, onde uma imagem da ação vem sendo compartilhada.  

"Gente, não acredito, não acreditooooo!!! Rua dos Tabajaras decepada!!!", critica uma usuária da rede social.  

"Do espanto de virar a rua e descobrir o absurdo, tiraram a árvore incrível da rua dos tabajaras... ê nó medonho na goela!", lamenta outra internauta.

Conforme mostra a imagem, o tronco da árvore, localizada em frente ao Estoril, foi cortado em diversas partes. Alguns leitores atribuem a derrubada às obras do projeto de revitalização previsto para a área da Praia de Iracema.

A Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor), no entanto, negou responsabilidade quanto a intervenção e informou que o órgão possui "pouquíssimas" obras na área. Apenas uma estaria sendo realizada no Mercado dos Peixes, no Mucuripe.

A assessoria de comunicação da Regional II enviou uma equipe ao local na tarde desta quarta para averiguar o fato e informou ao O POVO Online, em nota, que o corte foi realizado a fim de prevenir acidentes.

Ainda de acordo com a Regional II, a árvore estava com "sua saúde comprometida, oferecendo riscos de queda natural". O órgão também ressaltou que a cada derrubada de uma árvore, pelo menos outras cinco são plantadas como compensação ambiental.

[FOTO3] 

Confira a íntegra da nota:

"O corte da árvore do tipo Acácia Mimosa, localizado na Rua dos Tabajaras, 385 - Praia de Iracema, foi realizado com o intuito de prevenir acidentes. O procedimento foi necessário após a constatação dos agrônomos do Distrito de Meio Ambiente da Secretaria Regional II de que a árvore estava com sua saúde comprometida, oferecendo riscos de queda natural.

O corte de árvores deve ser solicitado diretamente às Secretarias Regionais. A população pode solicitar o serviço, que é avaliado por um engenheiro agrônomo do Distrito de Meio Ambiente de cada Secretaria. Caso seja detectada a necessidade do corte, a Regional encaminha a autorização a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização. A execução dos serviços obedece a um cronograma do Departamento Técnico de Urbanização (DTU).

Os cortes só são realizados quando há risco de acidentes. Para evitar prejuízos ao meio ambiente, sempre que uma árvore é cortada, é realizado o plantio de pelo menos cinco novas árvores como compensação ambiental, não necessariamente no mesmo lugar".

[FOTO4] 

O restaurante Mambembe - Comida e outras Artes, localizado a uma pequena distância da árvore, cujas raízes estavam fincadas há decadas na estreita via, publicou no Facebook uma nota de repúdio à ação:

"Uma árvore nunca é apenas uma árvore. Pé de planta em terra de sol quente é alento, é sombra. Em Carnaval ou alegria de resto de ano, árvore é encontro.

A acácia daqui do nosso lado era isso. A bateria ia passando e calhava de parar aqui, porque ela era convite para o descanso, para o juntar de gente, para os sorrisos, para a conversa. Ela era palco, mote de bloco, de gente trepadeira. Ela era abraço.

[SAIBAMAIS 3]O verbo é no passado, porque hoje a cortaram. Vão dizer que é para não romper com o avanço de obras, vão dizer que era velha, ou que perigava cair, vão lhe tirar a utilidade para justificar o injustificável.

É de surpresa e de tristeza o sentimento pela acácia torta e por tantas outras árvores que retalham e arrancam do chão da Fortaleza. A Fortaleza que teima em dizer que nos ama e que a gente, aos trancos e barrancos, vai tentando retribuir e construir.

Seguir nessa jornada de fazer uma Fortaleza nesses moldes, que não liga para árvore e que perde a memória, é como subir escada sem ligar em que degraus pisa. É querer ir pro futuro apagando qualquer vestígio de afeto pelo passado e pelo presente. E isso vai de encontro a tudo que nós, que fazemos o Mambembe, acreditamos e vale o nosso completo repúdio", afirma a nota.

Lígia Costa, especial para O POVO Online

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