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Segunda rebelião é registrada no Centro Educacional Patativa do Assaré em menos de 24h

Quatro homens que trabalham na reforma da unidade foram mantidos reféns. Três adolescentes ficaram feridos

16:17 | 04/09/2015
Atualizada às 18h19min

Uma rebelião foi registrada na tarde desta sexta-feira, 4, no Centro Educacional Patativa do Assaré (Cepa), no Ancuri. Durante o motim, quatro homens que trabalham na reforma da unidade foram mantidos reféns. Três adolescentes ficaram feridos; um foi medicado no local e os outros dois foram encaminhados para o Instituto Dr. José Frota (IJF).

Esse foi o segundo incidente no Cepa em menos de 24 horas; o primeiro aconteceu na noite desta quinta-feira, 3, segundo informações do juiz da 5ª Vara da Infância e da Juventude, Manuel Clístenes.

A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) comunicou, por meio de sua assessoria, que 59 adolescentes estão internados no Cepa, unidade com capacidade máxima para 60. A estrutura está há dois meses em obras, que incluem reformas nos quartos, partes estrutural, elétrica, hidráulica, além de reforços na segurança, o que, segundo o órgão, é o que motiva as rebeliões.
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Durante a madrugada, informou o juiz, os adolescentes promoveram um motim. "O Centro foi totalmente destruído. A Polícia entrou, conseguiu conter e fez uma revista minuciosa”, relatou. 

[SAIBAMAIS 3]Já pela tarde, por volta de 15h, uma nova rebelião foi iniciada, dessa vez com maior gravidade. "Eles fizeram quatro homens que trabalham na obra de reféns. Os orientadores perceberam a situação e houve confronto. Tanto orientadores e adolescentes ficaram feridos", disse o juiz. "Não tem como a reforma ser realizada com os adolescentes dentro", acrescentou.

Situação do centro

A assessora comunitária do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Mara Carneiro, informou que a unidade não tem mais condições de receber novos e manter os atuais internos. "Já visitamos o Patativa três vezes nas últimas semanas. As denúncias são de que os internos não aguentam ficar ali. O grande objetivo é fugir", contou. 

Manuel Clístenes contabilizou que, em uma semana, a Polícia entrou quatro vezes na unidade. Governo do Estado, Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público e Cedeca estão articulando alternativas para o problema.

A ideia mais propícia, de acordo com o juiz, é transferir os que têm 18 anos completos para o Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider (Cecal). "E dividir os outros internos em outros centros, como o São Miguel e São Francisco. E tirar alguns adolescentes do São Miguel e São Francisco para o Dom Bosco e Passaré" informou, 

"É delicado porque há adolescentes com grau de comprometimento grave, participando frequentemente de rebeliões", avaliou Clístenes.

De acordo com a STDS, as obras de reforma vão continuar. Nos próximos dias, deverá ser realizada uma avaliação do que foi prejudicado nas rebeliões. A pasta informou ainda que está negociando com o Poder Judiciário a transferência de jovens para outras unidades.

Redação O POVO Online
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