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Projeto que eleva multa de táxi clandestino poderá ser votado na Câmara

Os taxistas foram recebidos na Câmara e Salmito prometeu colocar o projeto da multa em pauta, na próxima terça-feira, 17. Além de pedir mais fiscalização dos taxistas clandestinos, Sindtaxi protestou contra o aplicativo Uber

13:34 | 17/09/2015
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Taxistas realizaram uma carreata, na manhã desta quinta-feira, 17, exigindo que seja votado o projeto de aumento da multa para quem for flagrado dirigindo táxi clandestino, em Fortaleza. O protesto contra os chamados taxistas “piratas” começou em frente ao colégio Piamarta (bairro de Fátima) e parou o trânsito em parte da avenida Aguanambi e Rogaciano Leite. No fim da manhã, uma comissão do Sindicato dos Taxistas de Fortaleza (Sinditaxi) foi recebida na Câmara Municipal, localizada na rua Thompson Bulcão.

Atualmente, o taxista clandestino flagrado ralizando o transporte público é multado em R$ 641,16, mas o Sinditaxi pede que o valor aumente para R$ 2.850. O presidente do sindicato, Vicente de Paula, estimou que cerca de 2 mil taxistas participaram da carreata, fazendo ‘buzinaço’ e ocupando todas as faixas de vias que davam acesso à Câmara. “Estamos novamente fazendo esse movimento para pedir apoio dos vereadores e do Prefeito. Os piratas prejudicam nosso trabalho, essa multa atual de cerca de R$ 600 é um incentivo a qualquer pessoa a fazer o transporte clandestino. A fiscalização deve ser maior”, disse.
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Os taxistas credenciados pagam tarifas e obedecem exigências do poder público (equipamentos de conforto e segurança, tempo de habilitação do licitante, tempo efetivo no exercício da atividade como condutor auxiliar, custo da carteira padrão, emplacamento, etc). "Não tem taxa mensal, mas os valores são altos para cumprir as regras. Para licenciar o carro todo ano é R$ 825", citou Vicente de Paula.

A concentração na praça do colégio Piamarta começou às 8 horas e meia hora depois a categoria seguiu pela avenida Aguanambi, Antônio Sales, Engenheiro Santana Júnior e Rogaciano Leite. Com o engarrafamento formado, os taxistas chegaram na Câmara por volta das 10h30min, onde soltaram fogos de artifício e foram recebidos pelos vereadores. Salmito Filho (Pros), presidente da Casa, prometeu que o projeto será colocado em pauta na próxima terça-feira, 17.

%2b Veja as fotos do protesto dos taxistas em Fortaleza

O vereador Eulogio Neto (PSC), ovacionado pelos taxistas na entrada da Câmara, informou que o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), tem a intenção de elevar a multa. “Temos que regularizar o segmento, mas eu não digo que eles [clandestinos] são piratas, são pessoas desempregadas que arrumaram um meio de ganhar uma renda. Mas os credenciados têm o direito de cobrar uma posição da Prefeitura, pois o transporte clandestino é proibido no nosso município”, frisou.

[SAIBAMAIS 2] Ao todo, 4.882 táxis estão credenciados em Fortaleza, e cada veículo possui um ou dois auxiliares. Outros 6 mil taxistas clandestinos circulam na capital, conforme o Sindtaxi. No Ceará, são 16 mil táxis credenciados, e 90% deles é filiado ao sindicato, ainda segundo Vicente de Paula. “Não tem motivo para deixar pessoas que não são qualificadas fazendo o transporte público. São pessoas que pegam um carro particular, espalham panfletos na cidade e enganam o usuário praticando um crime”, emendou o presidente.

Glauber Sampaio, 29 anos, taxista que trabalha na área do aeroporto, afirmou que é preciso dar um “chega para lá” nos taxistas clandestinos. “Hoje em dia esse valor da multa é muito baixo, então eles não sentem medo. Todo mundo que está desempregado resolve ser taxista, mas nós credenciados pagamos tudo direitinho”, reclamou.


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Em março, os taxistas também fizeram uma carreata contra os táxis clandestinos e deixaram o trânsito lento nas avenidas Monsenhor Tabosa e Senador Virgílio Távora. Na época, o Sindtáxi entregou a pauta de reivindicações para vereadores, mas não houve avanço. “Por isso tivemos que, novamente, protestar contra essa situação. Não é atrapalhar o trânsito, é pedir apoio dos vereadores e da população, que corre risco utilizando esses táxis. Nós pagamos os impostos, fazemos curso de três em três meses e também trocamos de carro de dois em dois anos. São medidas de segurança para a população”, completou Vicente de Paula.
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Trânsito
Quando a carreata chegou no cruzamento da rua Thompson Bulcão com avenida Rogaciano Leite, duas viaturas e quatro motocicletas da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza (AMC) controlavam o tráfego na área. Os motoristas que passavam na faixa oposta gritavam xingamentos contra os manifestantes e exigiam que os taxistas fossem multados.

Elizabete Alves, uma das motoristas que tentava passar no cruzamento da Monsenhor Catão com Antônio Sales, apoiou o protesto. “Eu nem sabia que tava tendo isso, mas se eles tão se manifestando deve ter um sentido, acho válido. Só acho que vou chegar atrasada no trabalho”, lamentou.

A funcionária pública Norma Carvalho, 58 anos, era outra que enfrentou o engarrafamento durante a manifestação. “Eu venho do gabinete do prefeito e quero chegar na Câmara. Eu acho justo, tem que brigar pelas coisas que eles querem”, opinou. “Todo mundo tem direito, não me incomodo”, concordou a aposentada Stela Nonato de Lima, 69 anos, que caminhava para uma parada de ônibus na rua Thompson Bulcão.

Aplicativo Uber
Os taxistas aproveitaram o protesto para reivindicar a proibição do aplicativo Uber, que conecta passageiros a motoristas particulares, em São Paulo e outros estados. Apesar de não ser utilizado no Ceará, Vicente de Paula diz que os "piratas" são o Uber. "É um transporte ilegal, o que os clandestinos fazem aqui é o mesmo crime do Uber", disse.

O Uber funciona de modo semelhante ao de um táxi, mas o veículo não possui taxímetro nem bandeiras tarifárias. O pagamento é feito pelo celular e os preços variam de acordo com a demanda. Desde a chegada no Brasil, em junho de 2014,  o serviço é criticado por taxistas e até gerou confrontos entre os concorentes.
 

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