Dezesseis detentos fugiram da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, a CPPL I, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza,na madrugada desta quinta-feira, 24. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp), Valdemiro Barbosa. A Secretaria de Cidadania e Justiça (Sejus), entretanto, ainda não confirmou a ocorrência.

A Assessoria da Sejus informou que uma equipe do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP) está, na manhã desta quinta-feira, fazendo a contagem dos presos da unidade. O grupo também busca possíveis túneis ou algum indício de fuga dos prisioneiros. Até o fim da manhã, o órgão deve se manifestar sobre a fuga. A última fuga da CPPL I foi em março deste ano, quando três internos fugiram através de um buraco escavado em uma das celas.

[SAIBAMAIS5]De acordo com o presidente do Sindasp, informações preliminares dão conta de que os 16 detentos teriam fugido através de um túnel escavado na cela 1 do pavilhão C, na rua 3 da unidade prisional. Segundo ele, a superlotação e o baixo número de agentes prisionais são os grandes responsáveis tanto pela fuga como também pelos motins que vem acontecendo ultimamente nas delegacias.

"Temos uma superlotação, onde o excedente de presos é maior do que 100%; onde tem capacidade para seis presos, temos 20 detentos. Outro fator é o baixo número de agentes penitenciários. Na CPPL I, por exemplo, ontem, tínhamos oito agentes para 1.400 presos. Temos 2.167 agentes penitenciários em atividade espalhados por 139 cadeias públicas no interior do Ceará e mais 12 presídios de grande porte. Como eles trabalham em regime de 24 horas por 72 horas, considerando-se o nosso cálculo de que há agentes em grupos táticos, em cargos comissionados, de férias e de licença médica, estima-se que, por dia, tenhamos cerca de 400 agentes penitenciários para 23 mil presos, o que é um absurdo", reclama.

Encontro com o governador em pauta
Valdemiro também informou que, em novembro, o Sindicato terá uma reunião com o governador Camilo Santana para que a situação dos agentes penitenciários seja debatida. "Nos nossos cálculos, para que o sistema penitenciário funcione plenamente, é preciso cerca de mais 3 mil novos agentes penitenciários. Ainda faltam equipamentos como o "body scanner", as cadeias públicas não tem estrutura, é muita coisa a se debater. Quando foge um preso, todos perdem: a sociedade, os agentes, o governo, todo mundo", conclui.

Redação O POVO Online