''Deu errado'', dizia mensagem no celular do acusado de matar gaúcha no Jacarecanga
Polícia capturou homem que atirou e um adolescente de 17 anos, que deu apoio ao latrocínio. Acusado de negociar peça do carro da vítima também foi preso
Uma mensagem de texto no celular de Italo Alves de Sousa, 18 anos, ajudou a Polícia Civil a desvendar a morte da auxiliar de cozinha Sílvia Suzana Lopes Oliveira, 45 anos, encontrada morta na última quinta-feira, 16, no bairro Jacarecanga. Ele confessou ter atirado na vítima após ser confrontado pelos policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As informações foram repassadas pela Polícia na manhã desta segunda-feira, 20, em coletiva de imprensa.
Italo foi detido na madrugada do domingo, 19, junto com um adolescente de 17 anos e Marcos Antônio Moraes, 32 anos, este último que negociava a compra do som do carro de Sílvia, um Celta preto de duas portas. “Depois que a Polícia encontrou o corpo, iniciamos as buscas e populares nos informaram que viram a mulher sendo jogada de um carro. O Italo e o adolescente de 17 fugiram no veículo da vítima, e Marcos Antônio costumava comprar os roubos deles”, detalhou a diretora da DHPP, Socorro Portela.
Os três foram capturados durante abordagem no bairro Bela Vista, onde moravam, e, inicialmente, negaram o crime. “O desaparecimento dela foi divulgado nas redes sociais, pois ela tinha o hábito de dar carona pros colegas do restaurante onde trabalhava, mas não apareceu na sexta-feira. Ela foi abordada por Italo e pelo adolescente quando entrava em sua residência, no Benfica”, relatou a delegada Cláudia Guia Oliveira, que também participou da investigação.
Sílvia morava no Benfica com as duas filhas de 16 e 18 anos, mas foi assassinada com dois tiros nas costas por volta de 1 hora da manhã de quinta-feira, 16, na rua Oto de Alencar, próximo à sede Corpo de Bombeiros Militar. Italo contou no depoimento à Polícia que ela foi levada porque eles achavam que o carro possuía dispositivo de segurança, mas como ela gritava muito, pedindo socorro, foi jogada do veículo e baleada.
Na última sexta-feira, 17, a Polícia compareceu ao enterro de Sílvia e recebeu informações de que o carro dela estava sendo ofertado com a placa original por um homem conhecido como ''Carlinhos”, nas proximidades do supermercado Extra Montese. “Falamos com o ex-marido da vítima e outros familiares para colher informações. Sabendo da venda do carro, realizamos buscas na Bela Vista e capturamos Italo e Marcos. O Italo delatou o adolescente e descobrimos ainda que ele tinha mandado mensagem sobre o crime, dizendo que 'deu errado'”, explicou Socorro.
A arma utilizada no crime, conforme o acusado, seria um revólver calibre 22, que ele contou ter adquirido na Feira da Parangaba e se livrado logo após ter matado Sílvia. Italo foi autuado por latrocínio, pelo artigo 157, e por corrupção de menor, artigo 244. Ela já havia sido autuado quando era adolescente em Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por roubo. O adolescente foi encaminhado à Delegacia de Criança e do Adolescente (DCA) e autuado em ato infracional, também por latrocínio. Marcos foi autuado por receptação e tinha ficha limpa.
Sílvia era ex-mulher de um empresário do ramo de publicidade e trabalhava em um restaurante no bairro Benfica, perto de sua residência. Gaúcha, ela morava há 18 anos em Fortaleza.