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Superlotado, Centro Educacional sofre 2ª tentativa de fuga em uma semana

A capacidade do Centro Educacional São Miguel é de 60 internos, mas atualmente funciona com 204, segundo o juiz titular da 5ª Vara da Infância

20:13 | 06/06/2015

O Centro Educacional São Miguel, no bairro Passaré, registrou a segunda tentativa de fuga neste sábado, 6, em menos de uma semana. Com mais do triplo da capacidade, o instituto sofreu com ações de jovens que utilizaram serras para fugir das celas, queimaram colchões, danificaram o local e causaram tumulto.

No início da tarde deste sábado, dois jovens serraram as grades de uma cela e estavam em procedimento de fuga, quando foram interceptados pelos profissionais do Centro Educacional, segundo o juiz titular da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, Manuel Clístenas de Façanha.O magistrado afirma que ainda houve um início de tumulto provocado por outros adolescentes.

De acordo com o responsável pela execução de medidas socioeducativas, a Polícia Militar (PM) foi acionada após o tumulto no Centro Educacional. Os policiais realizaram uma vistoria completa nas celas do local, em busca de serras, armas artesanais e outros objetos cortantes.
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Na última segunda-feira, 1º, houve uma tentativa de fuga de maior proporção - no mesmo local - comparada com a deste sábado, segundo o juiz. Cerca de 40 a 50 jovens estariam envolvidos na primeira ação desta semana. "Foi um movimento bem maior. Quebraram muita coisa lá dentro. Tudo que estivesse ao alcance, eles quebravam. Atearam fogo em colchões. Conseguiram sair da cela e iniciaram o motim, mas deu tempo da Polícia chegar e conter a ação. Vários carros os esperavam do lado de fora para dar apoio", conta Manuel Clístenes. Pelo menos um orientador e cinco adolescentes sofreram ferimentos leves.

Superlotação

A capacidade do Centro Educacional São Miguel é de 60 internos, mas atualmente funciona com 204, segundo o juiz. O problema, de acordo com o magistrado, ocorre devido a interdição de três institutos: o Centro Educacional Dom Bosco, o Centro Educacional Patativa do Assaré e o Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider. Com a superlotação, não está havendo a separação dos internos pelo perfil.

"Estão sobrecarregados muito mais do que já estavam. Está fora da realidade o que está acontecendo. A separação que tinha por eventuais gravidades ficou difícil. Agora, eles terminam se misturando com adolescente de perfis diferentes", finaliza o juiz Manuel Clístenes.

Redação O POVO Online

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