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Interno do Ceará é selecionado para vaga na Unilab

Detento provisório conseguiu uma vaga no curso de Administração Pública da Unilab. Ao todo, 17 detentos conseguiram certificação do Ensino Médio

10:47 | 18/06/2015
Um detento do sistema penitenciário cearense foi selecionado na segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu 2015) para o curso de Administação Pública da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab). O interno, que não teve o nome revelado, aguarda autorização judicial assumir a vaga.

Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), o interno é provisório, e a Defensoria Pública do estado foi acionada para que a autorização seja pedida no Judiciário. O nome do detento não é divulgado para não atrapalhar o processo, conforme a assessoria da pasta. No último Enem, 1.167 detentos fizeram provas e 17 conseguiram a certificação no Ensino Médio.

[SAIBAMAIS 2] “Entendemos que o exame é uma grande oportunidade de avaliar o nível de ensino, oportunizar a certificação e o acesso ao nível superior. Cada certificação, cada acesso ao ensino superior é visto como uma grande vitória para o nosso interno e para o sistema de educação em prisões”, disse o assessor educacional da Sejus, Rodrigo Moraes.

O estudos dos presos é um direito garantido pela Constituição Federal,pela Lei de Execução Penal (LEP), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394) e pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

Experiência

Um egresso do sistema penal identificado apenas como Márcio Roberto começará a cursar Administração na Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene), no próximo semestre. "Sempre pensei em me dedicar aos estudos, mas me faltava tempo e, às vezes, interesse. Quando fui preso, aproveitei o conselho de um agente penitenciário de que deveria aproveitar o tempo vazio para estudar”, contou.

Roberto disse que assistiu às aulas na unidade e colocou o estudo como prioridade na rotina, estudando diariamente. “Essa experiência me fez crescer, ser um homem melhor. Ler, estudar me fez sentir liberto, mesmo estando privado de liberdade. Não me sentia bem estando lá dentro, mas como precisava cumprir minha pena, decidi que precisava fazer algo diferente para mudar minha vida", completou.

Redação O POVO Online com informações da Sejus
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