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Destruição de terreiro de candomblé avança

De acordo com um dos praticantes, a destruição do lugar vem sendo realizada há cerca de duas semanas, pouco a pouco, quase todos os dias

16:44 | 26/06/2015
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Atualizada às 18h19min

Praticantes do terreiro de candomblé Ilê Axé Oloiobá denunciam uma nova investida de destruição do prédio onde eram realizados seus encontros religiosos, na Cidade Nova, divisa entre Fortaleza e Maracanaú.

Marcos da Justa Teixeira, que se autodenomina filho Ogã (guardião do axé) e herdeiro da casa, afirmou em entrevista ao O POVO que ao chegar ao local nesta sexta-feira, 26, testemunhou um homem destruindo-o.

"Hoje encontramos ele com um machado pegando as árvores. Eu vi e ele parou. Estamos novamente esperando a saída da liminar para cessar a destruição, mas está difícil", disse ele.

Ainda segundo Marcos, a destruição do terreiro vem sendo realizada há cerca de duas semanas, pouco a pouco, quase todos os dias.
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De acordo com ele, a demolição é motivada por preconceito religioso e pela especulação imobiliária. "É uma intolerância do dono da construtora. Eles querem tomar conta desse espaço para construir e estão ferindo as religiões de matriz africana", afirmou.

Carol Dias, prima de Marcos e também praticante do terreiro, esteve no local e, de acordo com ela, existe uma ameaça de que todo o prédio seja demolido até a próxima segunda-feira, 29. "José Welington, um suposto dono, disse que vai construir nesse terreno e vai disponibilizar o espaço para um pastor que já atua na região. Ele prometeu derrubar tudo amanhã ou até segunda".

Segundo Carol, a destruição não foi completa porque uma parede afeta outra casa, impossibilitando a derrubada.

Os praticantes deverão recorrer à Assembleia Legislativa, por meio do escritório Frei Tito de Alencar, para pedir segurança e punição dos responsáveis, além de entrar com ações judiciais: uma de usucapião, uma por crime cometido no local e outra por danos morais.
 
Marcos disse que permanecerá no local, a fim de impedir a destruição, durante o tempo que puder. "Amanhã vem todo mundo pra cá", complementou.

Redação O POVO Online
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