O empresário Hybernon Cysne Neto deu entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF) com um ferimento à bala no rosto, na tarde desta quinta-feira, 21.

Segundo uma fonte ligada aos familiares do empresário, Hybernon teria chegado à residência da mãe, na rua Juazeiro do Norte, bairro Meireles, para almoçar. As circustâncias do tiro ainda não estão claras.

Ainda conforme a fonte, Hybernon estava na varanda quando sofreu a lesão à bala que atingiu o globo ocular. Ele teria caído do primeiro andar e bateu a cabeça. Foi encaminhado ao IJF, onde está sendo acompanhado por uma equipe de neurologistas e oftalmologistas; a fonte informou ainda que Hybernon teria perdido a visão.

A assessoria de imprensa do IJF confirmou o internamento e divulgou que o empresário está estável, em observação na emergência do hospital, realizando exames.

Operação Fidúcia

Hybernon é investigado pela Polícia Federal (PF), suspeito de ter aliciado “laranjas” no esquema de fraudes nas operações de crédito da Caixa Eonômica Federal (CEF), que levantou entre R$ 20 milhões e R$100 milhões, entre 2013 e 2014.

Ele estava preso no Rio de Janeiro, foi transferido para Fortaleza, e solto, por meio de habeas corpus, no último dia 30 de abril.
Com a liberdade provisória, o empresário é monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica.

O POVO entrou em contato com a diretora da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Socorro Portela, que informou não haver acionamento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) em relação ao ocorrido. A delegacia da área, 2º Distrito Policial (DP), e o comandante da 1ª Companhia do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), capitão Belini, também foram procurados e informaram que não havia registro do caso.

Delação

A fraude foi descoberta após delação dos ex-gerentes da Caixa, da agência Dom Luís, Israel Batista e David Athila. O esquema era realizado entre os funcionários da instituição bancária e empresários do ramo da construção civil.

À época, O POVO teve acesso a uma denúncia feita ao Ministério Público Federal (MPF), por parte de empresários da Conde Construções. Eles acusavam os gerentes Israel Batista e David Athila de terem feito financiamento de R$ 4 milhões em nome da empresa Conde Construções, sem autorização de nenhum dos sócios e com falsificação das assinaturas.

Saiba mais

O empresário Hybernon Cysne também já esteve envolvido na Operação Podium, da Polícia Federal (PF), em novembro de 2010. Ele foi preso por participar de um golpe com contratos fictícios de patrocínio para a Federação Cearense de Automobilismo (FCA).

O valor movimentado na época, entre 2004 e 2008, chegou a R$ 34,6 milhões.

colaborou Erick Guimarães