Acusado de matar bailarina será levado a júri pela 3ª vez após 22 anos do crime
Wladimir Lopes de Magalhães matou Renata Maria Braga de Carvalho com um tiro no olho, em 1993
Wladimir Lopes de Magalhães Porto, acusado de matar a bailarina Renata Maria Braga de Carvalho, vai a julgamento pela terceira vez na próxima segunda-feira, 1º. O réu será julgado na 5ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, através da juíza titular da unidade Valência Maria Alves de Sousa Aquino.
Em 1993, Wladimir matou a bailarina Renata Maria, na época com 20 anos, ao efetuar disparos de arma de fogo contra a vítima após discussão no trânsito. O acusado foi julgado pela primeira vez quatro anos depois e condenado a sete anos de prisão por homicídio simples.
As partes recorreram da decisão, e o processo chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2004, o órgão decidiu anular a condenação e mandar o réu a novo júri. No segundo julgamento, em 2007, ele foi inocentado com a tese de legítima defesa.
Após a segunda decisão, a promotoria de Justiça recorreu novamente. Ao analisar o caso, o desembargador relator do processo, Raimundo Eymard Ribeiro de Amoreira, afirmou que a suposição de que o crime teria ocorrido sob a tese de legítima defesa é inaceitável, pois o ataque do réu foi despropositado quando disparou o revólver para espantar seus possíveis agressores, não tendo a hipótese acolhida pelo Conselho de Sentença qualquer sincronia com a prova dos autos, devendo ser cassada a decisão.
No terceiro julgamento, a acusação ficará a cargo do promotor de Justiça Antônio Carlos Torres Fradique Accioly e do assistente de acusação José Wilson Pinheiro Sales. Já a defesa será realizada pelos advogados Clayton Marinho e Marcelos Vinícius Gouveia Martins.
O caso
Na época com 24 anos, o estudante Wladimir Lopes de Magalhães, residente de Brasília, matou, com um tiro no olho, a bailarina e atriz Renata Maria Braga de Carvalho, 20, cearense que morava no Rio de Janeiro. O crime ocorreu na Volta da Jurema, Beira Mar, após rápida discussão por problema de trânsito.
Wladimir ocupava uma caminhoneta Mitsubishi Pajero e, com os vidros fechados, atirou contra o jipe em que ia Renata. O estudante estava acompanhado de irmãos e amigos, que também fizeram disparos para o ar, com arma de fogo, depois do tiro que atingiu a bailarina.
Redação O POVO Online