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Versão da polícia sobre morte de adolescente é contestada

O adolescente e o comparsa dele, que foi preso, seriam traficantes. Familiares alegam que o jovem foi atingido sem esboçar reação

09:36 | 30/04/2015

Atualizado às 9h

Um adolescente de 15 anos foi morto, após ser atingido por disparos do Batalhão de Policiamento de Ronda de Ações Intensiva e Ostensivas (BPRaio), por volta das 8h dessa quarta-feira, 29, na rua Capitão Olavo com travessa Rossine, no Lagamar. Um homem de 19 anos, que seria comparsa dele, foi preso, por porte ilegal de arma e drogas.

Primeiramente, havia sido informado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE) que os adolescentes faziam parte de um grupo que estava pulando muros de residências para cometer assaltos. O Raio teria sido chamado para a ocorrência e, quando um dos dois mencionou puxar uma arma para atirar na equipe, o destacamento agiu primeiro, alvejando os dois. O adolescente de 15 anos teria sido morto e o companheiro, ferido. Os demais membros não haviam sido encontrados.

No entanto, mais tarde, outras informações foram repassadas pela polícia. O Coronel Francisco Souto, comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), informou que os adolescentes estavam em uma moto, na av. Raul Barbosa, andando na contramão e sem capacete. Quando receberam do Raio ordem para parar, os jovens não atenderam e deu-se início a uma perseguição.

Na fuga, os dois subiram no telhado de uma residência abandonada e, de lá, dispararam contra a polícia. No confronto, o adolescente de 15 anos foi morto. O comparsa dele, Kelvin Deyve da Silva, 19, foi capturado, sem ferimentos, e conduzido ao 13º DP, na Cidade dos Funcionários. Ele foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e por porte de drogas – pois carregava trouxas de maconha. A arma, um revólver calibre 38, foi apreendida. Três cartuchos haviam sido deflagrados e foram encontrados pela polícia.

O adolescente de 15 anos tinha duas passagens pela polícia, ambas por porte de drogas, de acordo com o Coronel Francisco Souto.

Contestações

De acordo com familiares, o adolescente de 15 anos voltava de um posto de saúde, onde teria deixado a namorada grávida, quando foi abordado pelos policiais. Como não teria escutado a ordem para parar, ele foi atingido pela polícia.

À noite, um ônibus foi incendiado nas proximidades do local. Uma das linhas de investigação da polícia, informa o Coronel Francisco Souto, é de que o incêndio foi represália à morte do jovem. Traficantes para os quais trabalhavam os dois seriam os responsáveis por atear fogo no veículo.

 

Redação O POVO Online

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