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Confira a entrevista da Irmã Elisabeth nas Páginas Azuis do O POVO

Irmã Elisabeth já viu muitas gerações de alunos nas carteiras do colégio que ajuda a dirigir. No Imaculada Conceição, ela relembrou muitos momentos de sua histórias

14:25 | 30/04/2015
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A irmã Elisabeth Silveira, 95, foi uma das personagens das Páginas Azuis do O POVO, em 2009. A entrevista, que foi publicada no dia 14 de junho, foi feita pela jornalista Daniela Nogueira, com o título "60 anos de educação humanista e cristã". Confira:

A conversa ocorreu no lugar em que mais irmã Elisabeth se sente à vontade. Foi lá, no Colégio da Imaculada Conceição, em que ela foi aluna, voltou anos depois como professora, já freira. Depois, seguiu como diretora e ainda hoje ocupa cargos na direção. Viu - e ainda vê - gerações passando por seus olhos e provando de suas lições.

É Maria José de batismo, Elisabeth de vocação. Foi a partir da adoção do nome de freira que sua vida mudou. Gostou tanto do nome que decidiu preservar. Mesmo depois do Concílio Vaticano II, na década de 1960, quando foi dada aos religiosos a liberdade de voltarem a usar seu nome de batismo, a irmã não aceitou. Preferiu ficar com o seu nome de Elisabeth. Identificou-se mesmo sem saber o que a etimologia dizia. Só veio saber anos depois. Nome hebraico, Elisabeth quer dizer consagrada a Deus.

[SAIBAMAIS 1] Nem ela entende bem como se deu essa transformação, como aceitou abraçar a vida religiosa. Até hoje eu me pergunto como é que eu tive coragem, conta, durante nossa conversa. Conversa essa que ela recusou inicialmente. Não achava que merecia protagonizar duas páginas de jornal. Hesitou, receou e até que, por tanta insistência, aceitou. Com cerca de 60 anos dedicados ao colégio e à sua vida de educadora, ela não se imagina de outra forma. Faz questão de citar a educação humanista e cristã que ajudou a consolidar.

Hoje, ela se diz feliz. Tal qual a mãe prenunciou anos antes. Minha mãe dizia: você vai ser muito feliz, porque você nasceu na Páscoa. Destino certo. E, a cada ano, o 11 de abril sempre cai perto da Páscoa ou durante a data. Já é assim há 89 anos.

Bem humorada, a irmã sorri sempre - quando lembra um momento de satisfação ou quando traz de volta uma situação de tristeza. Seja como for, não perde a graça. Mas nem sempre foi assim. Nos meus primeiros anos (como professora), eu fui muito exigente, muito austera. Era séria, antipática - é ela quem se descreve. Hoje, discorre sobre educação, fala das mudanças no colégio e cita o videogame como um dos maiores vícios dos jovens de hoje.

%2b Confira a galeria de fotos da irmã Elisabeth Silveira

O POVO - Como foi sua infância?
Irmã Elisabeth - Eu fui a primeira filha e a primeira neta na família. Na minha casa, foram oito homens e duas mulheres. Eu tinha uma tia pianista, a Olímpia Bastos. Ela fazia tudo por mim. Minha mãe era professora em Guaramiranga e, depois, mudou-se para Pacoti (as duas cidades são localizadas no Maciço de Baturité). Eu morava aqui (em Fortaleza), mas passava as férias em casa na serra. Minha família era muito calma, de classe média, mas muito simples. Aos 10 anos, eu entrei no Colégio da Imaculada Conceição.

OP - A senhora ainda se lembra?
Irmã Elisabeth - Lembro. Nesse tempo, para entrar no colégio, havia um exame de admissão. A fiscal era muito rigorosa, dona Ângela Valente. Ainda me lembro do nome dela. Todo mundo no salão, um silêncio perfeito, e ela ficava passeando.

OP - E como era a senhora em casa e no colégio?
Irmã Elisabeth - Eu fui criada sozinha com as minhas tias. Fica uma distância muito grande. Em casa, eu era bem caladinha, quase nem falava. Mas, quando chegava aqui no colégio, eu pintava o sete, brincava com as colegas. Quando eu estava com 12, 13 anos, eu fugia de classe. Tem uma escadinha aqui que a gente descia para fugir da aula para pegar o recreio e eu era mestra nisso. Eu tenho para mim que é porque em casa era ambiente só de gente adulta. Ela cheia de cuidados comigo. Eu era asmática. Não vai pro sol, não toma chuva, não come isso, não come aquilo, se alimenta direito. Ela era muito exigente. Eu estudava piano. Ela queria me fazer uma pianista. Ela nunca foi minha professora, mas eu estudava com as melhores professoras de piano de Fortaleza. Dona Elvira Pinho foi minha professora de piano. A gente conversava mais sobre os escravos do que dava aula.

OP - Por isso que a senhora não conseguiu ser uma boa pianista.
Irmã Elisabeth - (Risos.) Pois é. Dona Ester Salgado, dona Maria Carvalheiro. Estudei com as melhores professoras, mas me esquecia da hora, chegava atrasada, não fazia os exercícios. Havia aqueles exercícios repetidos, e eu tinha as horas de estudar piano em casa. Quando eu dava uma nota errada, ela gritava lá de dentro: o acorde não é esse, não. Só sei que eu consegui tocar.

OP - Mas a senhora gostava de piano?
Irmã Elisabeth - Gostava de ouvir. Eu me lembro tanto. Eu pequena, ela dava aula de piano a Antônio Albuquerque. Ele tocava bem, tocava música clássica, Polonaise, e eu ficava encostada, caladinha, escutando. Isso me influiu muito. Minha formação ficou toda clássica por causa disso.

OP - Como era o ensino no colégio na época que a senhora entrou?
Irmã Elisabeth - As classes eram todas com irmãs professoras, eram as irmãs que ensinavam. Irmãs muito competentes, muito exigentes. Cada classe tinha uma irmã que supervisionava. Elas acompanhavam a gente, subiam, rezavam, viam o comportamento. Matemática, francês, música, desenho, quase todas as matérias eram dadas por irmãs. Quando a gente ia ficando mais adiantada, começavam a chegar os professores de fora. No curso normal, que era o último curso, nós tínhamos professores homens, como o doutor Lobo, doutor Pimentel. Eram professores de muito valor.

OP - E como era a senhora como aluna?
Irmã Elisabeth - Eu brincava. As classes eram numerosas no começo. Depois, elas iam diminuindo. Nas turmas finais, o convívio era extraordinário, era amigo, era um ambiente que complementava uma família. Para mim, então, que vivia com as minhas tias, aquilo ali era uma expansão. Eu era um piquete. Eu sentava na frente, porque eu conversava muito e brincava. Quando a gente saía do colégio, saía um grupinho de três, quatro, cinco alunas. A gente ia passear na Praça do Ferreira. Tomar caldo de cana ou então fazia aposta.

OP - Aposta de quê?
Irmã Elisabeth - A gente ia ver o filme O Gordo e o Magro. E quem ria tinha de pagar merenda para todo mundo. Mas era uma graça. Acabava todo mundo rindo. Quem risse mais pagava a merenda de todo mundo.

OP - A senhora pagou alguma vez?
Irmã Elisabeth - Ora se eu paguei! Eu ria demais. A gente ia para a Santa Casa (de Misericórdia), visitar os doentes. Ficava passeando, conversando. Ficava no Passeio Público (Praça dos Mártires), olhando o mar. Nisso, a gente chegava em casa às 4 horas da tarde. Onde é que você estava?. Ah, eu estava no colégio. E fazia essas coisas que depois eu reclamava das minhas alunas.

OP - A senhora tem contato com colegas de turma?
Irmã Elisabeth - Até hoje. Elas são mais do que colegas, mais do que amigas, elas são irmãs. E, quando a gente se encontra, continua a conversa.

OP - Elas vêm sempre aqui visitar a senhora?
Irmã Elisabeth - Vêm. Susana Dias Ribeiro sempre está comigo. Anunciada Magalhães, Maria Belmino Evangelista. Agora mesmo, houve a festa dos meus 89 anos. Elas fizeram um DVD. Todas moram aqui. De vez em quando, a gente reúne as sobrantes. Terminamos 20. Vivas da turma, restam cinco. E vai diminuindo.

OP - E depois que a senhora se formou?
Irmã Elisabeth - Eu me formei com 17 anos e fui para Pacoti. Minha mãe já morava lá. Uma diferença grande sair do ambiente de colégio na cidade. Eu ia em casa, na serra, só nas férias. Minha mãe também era pianista. O único piano que existia lá na serra era lá em casa. Nessa época, eu me lembro tanto, a luz elétrica não era tão fácil e o motor dava o prego ou faltava luz. Só sei que me lembro bem de noites em que a minha mãe, com a lamparina em cima do piano, tocava os tangos de Ernesto Nazareth, Polonaise.

OP - A senhora gostava da vida no Interior?
Irmã Elisabeth - Era um convívio muito bom, muito gostoso, muito quente, acolhedor. Nós tínhamos a nossa casa e um sítio. Sou louca por planta, sobretudo fruteira. Mamãe tocava nas missas, no teatro. Cheguei a tocar com ela, eu e os meus irmãos. Era um ambiente de música, mas um ambiente simples, de interior mesmo. Eu me sentia feliz, acolhida, quente, uma beleza.

OP - E como foi a ideia de se tornar freira?
Irmã Elisabeth - Eu não sei o que foi que se operou aqui dentro de mim. Coisa de Deus mesmo. Eu sentia falta de alguma coisa. A princípio, eu quis continuar a estudar, mas era difícil. Fui nomeada professora do Grupo Escolar Menezes Pimentel (em Pacoti) e fiquei ajudando na educação dos meus oito irmãos. Passei cinco anos lá, uma vida muito boa em casa, com a família. Mas, de repente, eu não compreendo como é que foi, como é que eu saí de casa. Até hoje eu me pergunto como é que eu tive coragem. O próprio Deus me transportou misteriosamente e eu falei com a superiora. Vim aqui para o colégio. Minha mãe e meu pai sentiram tanto.

OP - Seus pais não a apoiaram?
Irmã Elisabeth - Eles sentiram. Mamãe me dizia assim: Eu rezei tanto por sua felicidade, mas não queria felicidade assim demais, não. E eu fui embora. Foi uma saudade tão grande. A gente vê que é uma graça muito especial. Ir para o seminário, preparar para receber o hábito, um ano e meio depois, fui para o Rio (de Janeiro). Lá, a gente é nomeada para o Brasil. Mas não sei por quê, eu só sei que, quando eu terminei o seminário, eu fui nomeada para voltar para o Ceará. Já como freira.

OP - Um ano e meio de preparação para ser freira. É pouco tempo, não?
Irmã Elisabeth - É, pouco tempo, mas a convivência é grande. Eu cheguei aqui em 1943. Irmã Simas era a superiora. Portuguesa, muito preparada, professora da (escritora) Rachel de Queiroz. Não sei como, só sei que eu vim parar aqui. Podia ter ido para outro lugar. Quando cheguei aqui, tomei o nome de irmã Elisabeth. Mudava o nome.

OP- Como é seu nome de batismo?
Irmã Elisabeth - Meu nome é Maria José. Mas era um artifício que a Igreja usava para a gente se desprender. Quando cheguei, o primeiro experimento foi não ser mais Maria José.

OP - E de onde surgiu o nome Elisabeth?
Irmã Elisabeth - Elas escolheram. A gente recebe tudo. Eu vim com a irmã Maria Montenegro. Ela recebeu o nome de irmã Maria e eu recebi o nome de irmã Elisabeth. E na classe que eu recebi, as meninas eram mais velhas do que eu. Eu tinha 23 anos e fiquei dando aula de português e francês. Eu me lembro que, um dia, eu acompanhei uma procissão e eu ia vestida de irmã. Na procissão, a gente acompanhava as meninas na rua, todas fardadas. Você nunca pegou isso, não. Eu passei pela rua onde eu morava, na Rua da Assunção, no Centro. Quando eu passei naquela rua, perto do parque, uma pessoa gritou: Mamãe, olha a Maria José vestida de freira. (Risos) Eu achei foi graça e passei.

OP - Como era a irmã Elisabeth professora?
Irmã Elisabeth - Eu era exigente, era séria, muito exigente.

OP - Mas a senhora nunca deixou de ser bem humorada?
Irmã Elisabeth - Não, eu era antipática. Tímida demais.

OP - Não é isso que contam da senhora, não.
Irmã Elisabeth - Depois, eu melhorei. A gente vai convivendo e vai aprendendo a viver.

OP - E por que a senhora mantinha esse jeito antipático, como a senhora fala?
Irmã Elisabeth - Me fechando. Acho que eu tinha medo. Não sei. Eu era tímida. Mesmo lá em Pacoti, eu era reservada, não era expansiva. Eu só era expansiva no colégio, em um meio bem conhecido, bem amigo, bem confiante. Aí, eu me revelava. E nos meus primeiros anos (como professora), eu fui muito exigente, muito austera. Mas, durante meu trabalho, as meninas gostavam das minhas aulas, se preparavam direitinho, com todo o cuidado.

OP - A senhora teve alguma aluna que conversava como a senhora?
Irmã Elisabeth - Sim. Tive umas levadas da breca. Eram as que eu mais gostava e as que mais gostavam de mim. Eu acho que tinha experiência, né? (Risos) A gente é danado, mas não é mau. É bom. Eu peguei uma turma excelente. Eu cresci muito com elas. Foi em uma época excelente.

OP - A senhora conheceu Dom Hélder Câmara?
Irmã Elisabeth - Sim, ele era um intelectual, trabalhava no Rio de Janeiro. Nós mantínhamos comunicação. Hoje, eu tenho uma estante só sobre dom Hélder. Agora mesmo, a Inês Sílvia, filha do Perilo Teixeira, que foi minha aluna e que mora em Recife (PE), no meu aniversário de 80 anos, me mandou tudo o que em Recife se publicou sobre dom Hélder. Tudo. Todo folheto, todo DVD, tudo o que se publicou sobre ele ela me mandou. Foi um presentão. De dom Hélder, eu tenho quase tudo. E admiro muito ele.

OP - Como foi essa geração na qual a senhora cresceu?
Irmã Elisabeth - Eu peguei uma geração muito boa. Nos anos 1960, eu não era política, não. Aquilo brotava de mim. Eu gostava de considerar que os pobres sofrem injustiça e discutia isso. Nós tínhamos leituras que confirmavam, diversas interpretações, as meninas também comungavam. Nos anos 1960, eu estava com o Grêmio Recreativo, estava com a Associação de Luiza de Marillac, que tomava conta de velhinhas. Nessa época, eu estava com todos esses movimentos em ebulição. Imagina aí o que é que dava. Não sei como nem sei por que suspeitaram que as minhas aulas estavam talvez saindo fora dos limites de atividade social. Aí, me ofereceram uma bolsa de estudo para a Europa de repente. A irmã superiora foi muito boa, arranjou para eu fazer um curso de literatura e religião no Instituto Católico de Paris. E eu fui. Eu me lembro quando eu entrei no avião. As meninas foram me deixar e eu estava estraçalhada.

OP - A senhora não queria ir?
Irmã Elisabeth - Eu nem sei. Era bom para mim uma bolsa de estudos. Eu estava sentindo que estava ficando difícil mesmo, um ambiente assim, meio difícil. Não sentia muita expansão. Eu fui. Eu lucro sempre do pior. Eu não sei o que acontece comigo que eu nunca perco. Mas cheguei lá, tudo muito diferente. Estudava na faculdade, ficava me ambientando. Nas horas livres, passeava nas livrarias, lia livros na livraria, porque bolsista tem pouco dinheiro e eu era meio tímida para falar francês.

OP - A senhora passou quanto tempo na França?
Irmã Elisabeth - Passei um ano e meio. Fui um pouco antes para me adaptar e foi a maior surpresa da minha vida.

OP - A senhora sente mais saudade de quê?
Irmã Elisabeth - Saudade? (Pausa) Eu sofri muita saudade de pessoas, mas eu não lastimo nada que passou, não. Minha infância foi ótima, minha adolescência, minha juventude, minha maturidade. E a minha velhice é a melhor do mundo. Você não sabe como é bom.

OP - A educação aqui no colégio ainda inclui o ensino religioso?
Irmã Elisabeth - Ainda. Porque, senão, a gente se trai.

OP - Por que acha que tantos colégios católicos fecharam?
Irmã Elisabeth - Eu não posso julgar. Eu acho que hoje nós temos muita dificuldade.

OP - A senhora não é organizada?
Irmã Elisabeth - Sou nada. Quando eu guardo, guardo não, quando eu solto as minhas coisas, eu perco. Quando eu perco, Santo Antônio me ajuda. Eu não procuro, não. Tenho horror a procurar.

OP - O que a senhora costuma ler hoje em dia?
Irmã Elisabeth - Tudo. Jornal, livro. Jornal, eu não leio tudo, não. Eu leio as manchetes, os meus cronistas preferidos e as notícias que me interessam. Gosto de ouvir rádio. Ouço CBN. Central Brasileira de Notícia, não é? Muito bom.

OP - Quais os textos preferidos?
Irmã Elisabeth - No O POVO, dia de domingo, eu leio a enquete, aquele questionamento com as respostas das pessoas abalizadas. Leio os títulos. Leio a página de Espiritualidade quando me interessa - depende do assunto e de quem escreve. Leio Waldemar Menezes. Gosto muito dele.

OP - A senhora acorda cedinho?
Irmã Elisabeth - Acordo. Sou a primeira que chega à capela. Nossa comunidade se levantava às 4 horas todo dia. Aí, eu peguei o costume. Eu ouço a CBN às 5 horas. Acordo cedo, porque tenho crise de asma e me sinto sufocada.

OP - Nenhum programa religioso a senhora escuta ou vê?
Irmã Elisabeth - Às vezes. Não são muitos, não, mas tem uns bons. A Rede Vida (canal de televisão) tem uns programas bons, mas nem todos. Eu poupo a minha vista. Poupo o meu tempo também.

OP - Qual é hoje sua função no colégio?
Irmã Elisabeth - Eu me ocupei no semi-internato. Hoje, eu faço relacionamento com os pais. A gente conversa muito com os pais.

OP - Eles são abertos a conversa?
Irmã Elisabeth - Alguns. Outros se defendem muito. Quando eles têm culpa, eles se defendem muito. É difícil. Tratar situação de família é tão difícil. Faço questão que o pagamento seja feito aqui comigo, independente do colégio. Não é por outra coisa, é para conversar com eles. Tem uns com quem conversamos e ficamos amigos. Tem outros com problemas muito sérios e consequência nas crianças.

OP - Quais problemas?
Irmã Elisabeth - De comportamento e mesmo de consequências psicológicas para a criança. Nós temos, nesses últimos anos, problemas inéditos. Eu tenho quase 60 anos de contato com essa vida de colégio. Os problemas que estão aparecendo hoje são inéditos. Eu vou só te dar um exemplo - o videogame. É uma droga. As crianças estão totalmente dominadas pelo videogame. A gente notava um menino inteligente, que tinha boas notas e as notas estavam baixando... O que era? O videogame à noite no quarto. Para o menino não ficar sem fazer nada, os pais dão. Uns se isolam da família, deixam até de comer. Se não dão videogame, dão Internet. Aí, cai no outro buraco.

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