O mototaxista Valdemir Oliveira, 46, deu graças a Deus quando começou a chuva. “Eu também trabalho com entregas. E os pedidos aumentam quando chove”, comemora ele, esperando a chuva passar embaixo de uma marquise, na avenida Heráclito Graça, esquina com Idelfonso Albano, no Centro da Capital. O ponto era de alagamento durante a tarde desta sexta, 24.

 

Em Fortaleza, de acordo com a assessoria de imprensa da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), choveu 48 milímetros, de meia-noite até às 19 horas.  Chuva considerada moderada já que, historicamente, o mês de abril é o que mais chove na Capital, por conta da atuação da zona de convergência intertropical - principal sistema atmosférico causador de chuvas no Ceará. A previsão do tempo para este sábado, segundo a Funceme, é de chuvas moderadas pela manhã, que devem diminuir à tarde e à noite.

 

Foram 42 colisões de trânsito, das 8h às 16 horas, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC). Uma pessoa foi atropelada no Genibaú, cinco semáforos apresentaram defeitos, e uma árvore caiu na rua Silva Jatahy, no Meireles.

 

Ontem, alguns pontos da Cidade ficaram cobertos pela água. Foi o caso da avenida Américo Barreira, continuação da avenida José Bastos, na Parangaba. A pista em frente ao entorno da Lagoa e a um restaurante de comida árabe ficou complemente inundada, com água cobrindo metade dos pneus dos carros. “Toda vida que chove, isso fica desse jeito”, aponta o vendedor Cláudio Bezerra, 52. Sofria principalmente quem andava de bicicleta. “É banho de lama o caminho todo”, conta o estudante Mário Pessoa, 16. O operador de máquina Robério de Sousa, esperava a chuva dar uma trégua embaixo das árvores da Lagoa, para seguir para cada com a filha Mayara Letícia, 9, que estava com virose. “Fui levar a menina ao posto de saúde e a médica disse que ela devia ter repouso. Mas com esse tempo, ela vai é piorar”, lamenta o pai.

 

 

O estudante e aprendiz de obra Leonardo Fiuri, 17, com uma mão, segurava o guidom da bicicleta e, com o outro, um guarda-chuva. “Faça chuva ou faça sol, eu tenho que ir trabalhar, então, vou de bicicleta mesmo”, diz para, em seguida, ser completamente banhado  de lama. Deu tempo de a repórter se proteger. “Você está vendo o que um ciclista passa nessa cidade?”.

[SAIBAMAIS1]

A Defesa Civil de Fortaleza registrou nove ocorrências na Capital provocadas pelas chuvas, mas nenhuma morte. Os casos ocorreram nos seguintes bairros: Carlito Pamplona (desabamento de telha de amianto); Álvaro Weyne (risco de desabamento por fissura superficial) e em seis bairros (Dionísio Torres, Joaquim Távora,Conjunto Ceará, duas em Messejana e Centro), risco grave de desabamento.