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MST ocupa prédio do Incra e impede saída de servidores por três horas

O grupo do MST quer que o superintendente do Incra, Roberto Gomes, atenda a pauta de reivindicações, segundo uma servidora

20:01 | 24/02/2015
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram na noite desta terça-feira, 24, o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado na avenida José Bastos. De acordo com uma servidora, que não quis ser identificada, cerca de 30 pessoas impediram a saída dos servidores por três horas. O ato durou das 17h até as 20h, segundo servidores que comunicaram com O POVO Online via WhatsApp.

O grupo do MST solicitou ao superintendente do Incra, Roberto Gomes, o atendimento da pauta de reivindicações, conforme a servidora. "Eles resolveram ocupar o nosso prédio, dizendo que o Governo Federal deveria atender a pauta de reivindicações. Eles disseram que estavam em negociação e não permitiriam a saída dos servidores. Foram truculentos, gritaram palavras de baixo calão", conta.

De acordo com a servidora, os integrantes do Movimento esperavam uma resposta do superintendente para liberar o prédio. Os trabalhadores ocuparam os quatro andares do prédio. A mulher conversou com a reportagem em uma sala trancada do imóvel, juntamente com outros servidores. Segundo ela, 28 pessoas ficaram presas no local pelo grupo.

Servidores informaram à reportagem que os integrantes do MST liberaram o prédio, após o superintendente superior de Brasília se comprometer a enviar um representante para negociar com eles, que chegaria na madrugada.

Durante a invasão, O POVO Online entrou em contato com a Polícia Federal, mas não obteve retorno. O Incra é um órgão federal, por conta disso organizações como a Polícia Militar, de âmbito estadual, não possuem jurisprudência sobre o local.

Reivindicação

Os trabalhadores querem avanços na questão da reforma agrária e obtenção de terras, e continuidade dos serviços de assistência técnica para os assentamentos.

Reunião com secretarias do Governo Estadual

Na tarde desta terça-feira, 24, integrantes do MST se reuniram com o secretário de Cidades, Ivo Gomes, em seu gabinete. O movimento Levante Popular da Juventude também participou da reunião.  Na pauta de reivindicações dos movimentos, construção de moradias para famílias dos municípios de Fortaleza, Crateús, Quixadá, Ibaretama, Quixeramobim e Tamboril.

De acordo com o secretário, já existem projetos elaborados para construção de imóveis, que aguardam apenas liberação da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil.

Já na última segunda, 23, uma comissão do MST foi recebida no Palácio da Abolição, sede do Governo Estadual, pelo secretário-chefe de Gabinete, Élcio Batista. O movimento apresentou pauta de reivindicações e discutiu temas como abastecimento d'água, perfuração de poços em comunidades rurais indicadas pelo Movimento, regularização fundiária, além de políticas de desenvolvimento agrário para a convivência com a estiagem.

Além do secretário-chefe de Gabinete, estiveram presentes o secretário de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira, e o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira Coelho, e o secretário de Educação, Maurício Holanda.

Na ocasião, o secretário Dedé Teixeira afirmou que as demandas serão atendidas dentro do plano emergencial de convivência com a seca, que será apresentado pelo Governador Camilo Santana à Assembleia Legislativa. De acordo com o Governo, o assunto está sendo analisado pela Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag).

Segundo o secretário Élcio Batista, o documento apresentado pelo MST seria encaminhado ao governador Camilo Santana, mas as reivindicações já estariam sendo negociadas.

Redação O POVO Online

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