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Julgamento do acusado de participar da morte de empresário segue nesta tarde

Egberto Carneiro da Cunha é submetido de novo a Júri. Ele é indicado como mandante do homicídio, em 1995, de Ronaldo Barbosa - executivo da construtora Colmeia

14:03 | 27/02/2015

O engenheiro Egberto Carneiro da Cunha, apontado como autor intelectual e mandante do assassinato de Ronaldo de Castro Barbosa, começou a ser julgado na manhã desta sexta-feira, 27, na 2° Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. O julgamento acontece quase vinte anos depois da morte do executivo da construtora Colmeia, ocorrida no dia 6 de junho de 1995.

O engenheiro Egberto Carneiro da Cunha, considerado mandante do homicídio, teve a prisão preventiva decretada no dia 20 de julho de 1995, mas em fevereiro de 1996 a Justiça decidiu não levá-lo a julgamento. Ronaldo foi executado com dois disparos de pistola na cabeça, quando seguia para seu veículo, na rua Costa Barros.

Por volta das 8h30min, o julgamento teve início com o inquérito do réu, presidido pelo Juiz Henrique Jorge Holanda Silveira, titular da 2° Vara do Júri. Às 9h30min, a promotora Alice Iracema Melo Aragão conduziu a acusação. “Pelo que consta nos autos, não resta dúvidas de que o réu esta envolvido com o crime. Ele intermediou a contratação dos pistoleiros”, disse.

Depois de uma pausa para o almoço, foi a vez da defesa se pronunciar, por meio do advogado Clayton Marinho. “A defesa sempre pugnou pelo reconhecimento da não autoria do réu no crime. Muitas são as provas que levam a esse resultado. Ele já comprovou que era inocente e já foi considerado inocente, mas o tribunal decidiu que ele deveria ser trazido para ser julgado aqui, não que ele tenha culpa”, completou.

Não há previsão para o fim do julgamento, que segue na tarde desta sexta-feira, 27.

[SAIBAMAIS 1] Crime
Ronaldo, na época com 40 anos, chegou a ser socorrido para o Instituto Doutor José Frota (IJF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Poucos dias após o crime, em 17 de junho, dois suspeitos tiveram a prisão decretada: Francisco Xavier Feitosa, 33, conhecido como Desenhado e apontado como executor, e João Wabner Silva, 39, o João da Lagoa, que teria dado apoio à ação.

Um ano e dois meses depois, Feitosa e Wabner foram condenados a 16 e 14 anos de prisão, respectivamente, pelo Júri do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Segundo as investigações da Polícia Civil, 15 dias antes de ser morto, Ronaldo sofreu um atentado, mas achou que se tratava de uma tentativa de assalto.

Além de Egberto, outros dois comerciantes de Morada Nova, identificados como Francisco Matias Nogueira Lima e Valdenor Guimarães Pinheiro, tiveram a prisão decretada, em julho de 1995. Matias foi impronunciado junto com Egberto por falta de provas e Valdenor, que estava foragido, foi preso em São Paulo.

Em 1998, o Ministério Público recorreu da decisão e conseguiu que Egberto e Matias fossem levados a Júri. O engenheiro acabou condenado a 14 anos de prisão pelo Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri, em agosto de 2007, mas a defesa recorreu da decisão e ele aguardava novo julgamento em liberdade.

1995
6/6 - O empresário Ronaldo Barbosa é assassinado com dois tiros na cabeça por dois pistoleiros, na Aldeota.
16/6 - Francisco Xavier Feitosa e João Wabner Silva, suspeitos do homicídio, são presos. Eles negam a autoria do crime.
12/7 - Os comerciantes Valdenor Guimarães Pinheiro e Francisco Matias Lima, além do engenheiro Egberto Carneiro Cunha, têm a prisão preventiva decretada.

1997
3/2 - A Justiça decide não levar a julgamento Egberto Carneiro e Francisco Matias, por falta de provas.
9/8 - Francisco Feitosa e João Wabner são condenados a 14 e 16 anos de prisão, respectivamente.

1998

12/2 - Após recurso da assistência da acusação, a 2ª Câmara do TJCE determina que Egberto e Matias fossem a Júri e mantiveram as outras duas condenações.
23/8 - A defesa de Egberto e Matias recorre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

2001

21/8 - Por unanimidade, a 6ª Turma do STJ mantém decisão de levar os dois a Júri.
26/10 - Defesa dos réus entra com recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF), também em Brasília.

2003
8/4 - 1ª Turma do STF também nega o recurso.
12/5 - A defesa se opõe aos embargos de declaração e recorre novamente ao STF, juntando uma petição de avaliação do processo na Corte.
04/11 - Pela segunda vez, o STF nega os recursos.

2007
19/08 - O engenheiro Egberto Carneiro é condenado a 14 anos de prisão pelo Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri. A defesa recorreu ao TJ-CE da decisão.
22/9 - O comerciante Valdenor Guimarães Pinheiro é condenado a 14 anos de prisão pela 2ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua.

2015
27/02 – Engenheiro Egberto Carneiro é julgado pelo Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri.

Redação O POVO Online com informações do repórter Thiago Paiva
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