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Trabalhadores da construção civil paralisam obra de refinaria no Mucuripe

Operários protestam contra os cortes de salários da nova empresa responsável pela obra na avenida Leite Barbosa, no bairro Mucuripe. Direção da Elfe ainda não se posicionou

09:01 | 22/01/2015

Atualizada às 16h40min

Trabalhadores da construção civil de uma obra da refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor-CE), no Mucuripe, paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira, 22, em protesto contra os cortes de salários propostos pela nova empresa licitada. A obra segue parada até o fim do dia e a categoria só retoma o trabalho após negociação, conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF).

O diretor do STICCRMF, Laercio Cleiton, explica que a Elfe iniciou o contrato com a Petrobras na última quarta-feira, 21, quando assumiu a obra no lugar da Marte. “Os patrões informaram então que os salários iriam ser reduzidos, além de diminuir também a cesta básica. Não aceitamos e organizamos o movimento porque alguns operários devem ter corte de até R$ 500”, explica.

Segundo Laercio, os diretores da obra também ameaçaram substituir os operários, caso não aceitem as novas condições. “Quem não quiser vai ser substituído, mas a mão-de-obra daqui é qualificada, temos operários que trabalham há anos. Mesmo que você contrate novas pessoas elas devem ser treinadas, o que leva tempo e também pode ocasionar acidentes, pois as funções são perigosas”, pontua.

[SAIBAMAIS 2] Entre os trabalhadores paralisados, estão pintores, caldeireiros, eletricistas, bombeiros hidráulicos e montadores de andaime. Os petroleiros, que também integram a obra, não estão paralisados, mas seu sindicato apoia a reivindicação, conforme o STICCRMF. A categoria informa que, por exemplo, um montador de andaime, que possui salário de R$ 1.330, teria o valor reduzido para R$ 1.137.

A Petrobras informou, por meio de sua assessoria, que respeita o direito de manifestação dos trabalhadores, mas esclarece que "não é parte nas relações trabalhistas entre as empresas contratadas e seus funcionários".  A empresa ressaltou que a refinaria opera normalmente nesta tarde.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) disse, em nota, que defende o cumprimento do acordo coletivo da categoria, com "valores dos pisos salariais a serem adotados em Fortaleza e na Região Metropolitana". A Elfe não é associada do Sinduscon, conforme a direção do sindicato. 

O POVO Online tentou entrar em contato com a direção da Elfe, mas ainda não obteve retorno.


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