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Polícia Federal prende quadrilha acusada de fraudar o Enem 2014

Francisco Soares, presidente do Inep/MEC, afirmou que não existe possibilidade do Enem 2014 ser anulado
09:50 | Nov. 14, 2014
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Tipo Notícia

Atualizada às 13 horas

Na manhã desta sexta-feira, 14, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Apollo, que investiga uma quadrilha que fraudava o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vestibulares e o ingresso de candidatos nas universidades públicas pelo sistema de cotas.

 Segundo Renato Casarini, superintendente da Polícia Federal, foram realizadas quatro prisões, duas no Ceará e outras duas na Paraíba. Foram expedidos quatro mandados de busca e apreensão para o estado da Paraíba, sete para Juazeiro do Norte e um para o Piauí. Também foram presos em flagrante no último sábado, 8, dois candidatos na cidade de Juazeiro do Norte.

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 Segundo a PF, dezenas de pessoas foram beneficiadas pela quadrilha. A maioria tinha interesse em cursos de medicina. Esses candidatos pagavam mais de R$ 30 mil para receber o gabarito. A forma como os beneficiados recebiam as respostas não foi divulgada.

 Durante coletiva realizada na manhã desta sexta-feira, o presidente do Inep/MEC, Francisco Soares, afirmou que não existe possibilidade do Enem 2014 ser anulado. Segundo ele, sempre vai haver tentativas de fraude.

 "São atentados que fogem do nosso controle", afirmou o presidente do órgão.

 Francisco Soares ainda afirmou que a ação da quadrilha não tem ligação com o susposto vazamento do tema da redação. A Polícia Federal do Piauí está cuidando deste caso.

  A investigação foi realizada simultaneamente nos estados do Ceará, Paraíba e Piauí e teve início antes do Enem 2013. Os acusados responderão por fraude de certames de interesse público e formação de organizações criminosas. Segundo a PF, o esquema da quadrilha era centrado na região do Cariri, mas também atuava na Paraíba.

 O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), órgão responsável pela realização das provas do Enem, colaborou fornecendo informações como a identificação dos candidatos. Ainda segundo a Polícia Federal, a investigação continua com o intuito de identificar os candidatos beneficiados pelo esquema criminoso, responsável por fraudes ao Enem 2013 e 2014.

 

Relatos de vazamento

Relatos de estudantes que afirmam ter recebido o tema da redação antes do horário de provam vem aparecendo com frequência na internet.

 O aluno do Piauí, Jomásio Barros, de 17 anos, afirma ter recebido o tema da redação pelo Whatsapp às 10h47 do domingo, 9.
Ele prestou queixa na Sede da Superitendência da Polícia Federal, na última quarta-feira, 12, em Teresina e teve o celular apreendido para investigação.
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O ministro da Educação, Henrique Paim, durante evento em Fortaleza, na última quinta-feira, 13, falou para jornalistas que é preciso ter uma condução correta e que a PF já abriu o inquérito. Ela afirma ainda que o MEC está seguro de que houve uma boa condução do processo e que ao longo do período de aplicação da prova, não houve nenhum problema.

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Gabarito

 Uma questão de Matemática desta edição do Enem também está sendo alvo de dúvidas. De acordo com o professor Thiago Pacifico, do colégio Farias Brito, a questão 165 da prova amarela, sobre conjuntos numéricos, não possui resposta correta. No gabarito oficial, porém, consta que a alternativa certa é a de letra "e".

"Todos os professores concordaram comigo. Nós já pedimos a anulação, e não foi acatada. Esperamos que, por meio da repercussão na imprensa, haja alguma mudança", afirma. O supervisor da instituição Marcelo Pena comenta que será encaminhado um recurso ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, "em função da falta de rigor matemático".

 

Redação O POVO Online com informações do repórter Thiago Paiva

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