Desabrigados invadem colégio no bairro São João do Tauape
Cerca de mil pessoas desabrigadas invadiram a escola particular Erotilde de Melo Lima nesta sexta-feira, 28, no bairro São João do Tauape. Segundo os invasores, o colégio estava abandonado há mais de dez anos.
De acordo com a desabrigada Valesca de Souza, a maioria das pessoas que invadiu a escola morava de aluguel em uma vila localizada no Lagamar, mas a proprietária do local informou que vai destruir as casas para construir um novo empreendimento. Sem lugar para morar, Valesca e os outros moradores da vila invadiram o colégio.
As famílias desabrigadas informaram a reportagem do O POVO Online que o local estava sendo usado por usuários de drogas e de refúgio para infratores.
Segundo os desabrigados, por volta das 13h, uma viatura da Polícia Militar (PM) chegou ao local para expulsá-los. De acordo com o grupo, eles fugiram com a chegada dos policiais, mas retornaram após a saída dos agentes.
Quando a reportagem chegou ao colégio encontrou os desabrigados realizando uma limpeza no local. Eles relataram que, dentro da escola, havia roupas abandonadas e preservativos usados.
Além dos ex-moradores da vila, algumas pessoas que não tinham condições de viver de aluguel invadiram a escola. "Eu pago R$ 250 de aluguel mais a conta de luz. Meu marido trabalha, mas não sobra dinheiro para as crianças. Não tenho condição de pagar aluguel", diz Ana Jéssica, que está abrigada no colégio.
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A Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) informou ao O POVO Online que não teve conhecimento sobre a invasão. Para o caso se tornar uma demanda da Habitafor, os desabrigados teriam que procurar a Fundação para debater a situação. Em seguida, seria realizada uma análise pelos profissionais para comprovar a necessidade dos desabrigados.
O POVO Online também entrou em contato com a Secretaria Executiva Regional (SER) II para informar a situação. Segundo a SER II, como a propriedade é particular, o proprietário do local deve notificar o problema a Justiça. Ainda de acordo com o órgão, o caso da invasão ao colégio Erotilde não estaria na competência da Regional.