PUBLICIDADE
Notícias

Ceará teve 2643 homicídios ocultos em 15 anos, segundo Ipea

No Ceará, os números oficiais apontaram 23.404 homicídios registrados. De acordo com o SIM, somando os dados oficiais e os ocultos, o total deveria ser 26.047 assassinatos no Estado

17:50 | 05/08/2013
O Ceará teve 2643 homicídios ocultos (HOs) durante o período de 15 anos. O dado foi divulgado nesta segunda-feira, 5, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. O estudo analisou os anos de 1996 a 2010. Nestes 15 anos, estimou-se o número de homicídios não contabilizados em cada Unidade da Federação (UF) brasileira, considerando os óbitos que foram erroneamente classificados como “causa indeterminada”.

Para chegar aos resultados, foram analisadas as características socioeconômicas e situacionais associadas a cada uma das quase 1,9 milhão de mortes violentas, ocorridas no Brasil entre 1996 e 2010. Os resultados do estudo indicaram que o número de homicídios no País seria 18,3% superior ao dos registros oficiais, o que representa cerca de 8.600 homicídios não reconhecidos, a cada ano.

No Ceará, os números oficiais apontaram 23.404 homicídios registrados. De acordo com o SIM, somando os dados oficiais e os ocultos, o total deveria ser 26.047 assassinatos no Estado.

O estudo é assinado pelo pesquisador Daniel Cerqueira, diretor da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (Ipea).Ele analisou os dados de mortes por causas indeterminadas do Datasus, Banco de dados do Sistema Único de Saúde, criado pelo Ministério da Saúde.

Brasil
O estudo aponta que, na média, o número de homicídios entre 1996 e 2010 foi 18,3% superior ao do registro oficial, o que representa cerca de 8.600 homicídios não contabilizados, a cada ano. Por sua vez, ao reconstruir as séries das taxas de homicídios por UF, de 1996 a 2010, de modo a incorporar os HOs, verificou-se que o aumento vertiginoso destas taxas em muitas UFs, sobretudo na região Nordeste como Sergipe e Rio Grande do Norte simplesmente não ocorreu, mas foi fruto da melhoria da gestão no sistema de classificação sobre mortes violentas e consequente diminuição da subnotificação.

Observou-se também um aumento das mortes violentas cuja intenção não foi determinada em alguns estados, a saber: Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Roraima.

Componentes analisados
De acordo com o estudo, foi analisada, em primeiro lugar, a qualidade das informações produzidas pelo SIM, em cada UF, no período de 1996 e 2010. A análise considera duas dimensões: a definição da causa básica do óbito e a produção de informações sobre as características socioeconômicas das vítimas e sobre os elementos situacionais relacionados ao incidente.

Por fim, estimou-se o número de homicídios ocultos (HOs) nas UFs, com base nas características associadas a cada uma das quase 1,9 milhão de mortes violentas ocorridas no Brasil entre 1996 e 2010.
Redação O POVO Online

TAGS