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Escola cearense é denunciada por suposto conteúdo homofóbico em apostila

Segundo ABGLT, a informação partiu de um aluno do 3º ano do ensino médio. A denúncia, então, foi encaminhada ao MEC e ao MP do Ceará

17:24 | 06/03/2013
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Uma denúncia de um suposto conteúdo homofóbico em apostila do colégio Farias Brito foi feita ao Ministério Público do Ceará (MP-CE) pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). A entidade diz ter recebido a acusação de uma pessoa identificada como estudante do 3º ano do ensino médio do colégio. Nesta quarta-feira, 6, a denúncia foi encaminhada às promotorias de educação.

A denúncia foi feita ao Procurador de Justiça, José Valdo Silva, do MP-CE, e à Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Macaé Evaristo.

Segundo informações do secretário de educação da ABGLT, Toni Reis, a acusação é que no dia 14 de fevereiro deste ano de 2013, durante aula de Física sobre prótons e elétrons, o suposto estudante da escola teria observado na apostila que as figuras utilizadas para ilustrar repulsão e atração seriam de cunho homofóbico. Nas figuras, a repulsão se dá entre dois meninos ou duas meninas, enquanto a atração se dá entre um menino e uma menina.

Na apostila, abaixo das ilustrações supostamente homofóbicas, há os dizeres:

"Através dessas experiências, é possível concluir que prótons e elétrons apresentam uma propriedade, não manifestada pelos nêutrons, denominada carga elétrica. Convenciona-se que os prótons apresentram carga positiva (%2b), os elétrons, carga negatia (-) e os nêutrons, carga nula (0)."

Colégio nega homofobia

Em contato com o O POVO Online, o diretor-superintendente da instituição de ensino, Tales de Sá Cavalcante, disse que ainda não foi notificado formalmente. Segundo ele, a apostila é utilizada no colégio desde o ano de 2006, e os estudantes nunca se manifestaram contra as ilustrações. "Em nenhum momento, o professor que fez (o material didático) tomou uma atitude de homofobia", defende.

De acordo com o diretor, o professor estava ensinando eletricidade, onde cargas iguais se repelem e as diferentes se atraem. Ele caracteriza as ilustrações como "recursos didáticos". "São crianças de dois anos. Pela Psicologia, nesta fase, a pessoa não tem desenvolvido a sexualidade ainda", diz Tales.

O diretor defende também que a instituição é "pluralista" e "democrática", com alunos, professores e funcionários homossexuais. Tales diz que o colégio está investigando o caso. "Tudo indica que este aluno não exista e que seja intriga de colégios concorrentes", alega.

Camila Holanda
camilaholanda@opovo.com.br

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