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Cearense dirige mal, afirma pesquisadora

17:18 | 20/05/2012
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As reclamações surgem de todos os lados: está ficando desgastante dirigir em Fortaleza. Um dos motivos é o aumento no número de veículos nas ruas. A quantidade de carros em Fortaleza quase dobrou nos últimos 11 anos, segundo o Detran-CE. O crescimento no número de registros foi de 96,11%. São carros, motos, ônibus e outros tipos de transporte que chegam aos mesmos espaços. Mais engarrafamentos e mais buzinas.

Hoje, existem 797.053 em circulação na capital. Desse total, 192.219 são motocicletas. Uma saída para o cada vez mais complicado trânsito de Fortaleza. Mas o problema, além da quantidade de veículos nas ruas, é o comportamento dos motoristas, acredita a pesquisadora de mobilidade humana e professora do campus Sobral da Universidade Federal do Ceará (UFC), Gislene Macedo. "Eu já morei em vários lugares no Brasil e fora do País e nunca vi um povo para dirigir tão mal como aqui no Ceará", afirma.
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Mesmo sem um estudo sobre o comportamento do motorista cearense, Gislene Macedo acredita que o problema é fácil de ser identificado: egoísmo. "Nós achamos que dirigimos bem porque driblamos, passamos à frente, andamos rápido, tiramos vantagens. Aqui no Ceará, a opinião de 'dirigir bem' está muito relacionada ao 'se dar bem' no trânsito", diz.

Para Macedo, há dois grandes motivos para o problema. Um deles é a falta de campanha de educação no trânsito, que deveria ser feita pelo poder público, e o outro é a má formação oferecida pelas autoescolas. "Nós sabemos que elas têm metas e querem divulgar que aprovam o maior número de pessoas nos exames, mas o que fazem é ensinar 'bizus' para os alunos passarem nos testes", afirma. Segundo a professora, as dicas dos instrutores fazem com que os estudantes só se preocupem em burlar os exames. Até mesmo os psicológicos.

Márcio Teles
marcio.teles@opovo.com.br

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