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Exército tenta retirar civis que acampam em Superintendência, denuncia sindicato

A categoria, que está paralisada há três dias, resistiu e voltou ao local

17:29 | 06/01/2012

Homens do Exército fizeram, na noite desta quinta-feira, 5, a retirada de policiais civis em greve que estavam acampados na praça da Superintendência da Polícia Civil, no Centro de Fortaleza. A categoria, que está paralisada há três dias, resistiu e voltou ao local.

Segundo nota do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci), os manifestantes “foram surpreendidos com a chegada de um caminhão do Exército, com aproximadamente 40 homens fortemente armados e mais um carro com cinco militares também armados dando cobertura”.

Em entrevista à rádio O POVO CBN 1010, o diretor do Sinpoci, Erivando Mendonça, informou que, nesta manhã, o clima é de ansiedade e tensão entre os grevistas que permaneceram na praça. “Chegaram lá com o intuito de dispersar o movimento de forma arbitrária, com uso da força”, declarou Erivando. Segundo ele, os policiais resistiram e não se retiraram do local.

Em nota, o Comando da 10ª Região Militar negou que o efetivo enviado ao local tenha ido motivado a retirar os grevistas. “O propósito era, exclusivamente, mobilizar um efetivo de proteção para as instalações da Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre), que ocupa o mesmo edifício da Superintendência da Polícia Civil”, defendeu.

De acordo com Erivando, a presidente do Sinpoci, Inês Romero, teria conseguido contornar a situação. Tanto policiais civis como homens do Exército usavam armas de grosso calibre. “Possivelmente aconteceria alguma tragédia”, relatou Erivando.

O diretor disse ainda que na noite de ontem aconteceu uma reunião entre membros do Sinpoci e com o procurador-geral do Estado (PGE), Fernando Oliveira, em que foi redigido um documento com algumas reivindicações do movimento paredista.

Segundo Erivando, uma reunião estaria marcada no início desta manhã - desta vez sem os dirigentes do Sinpoci - para avaliar o teor do documento. Em contrapartida, a assessoria de comunicação da PGE não confirmou a existência de uma pauta de reunião sobre o assunto marcada para hoje.
Sobre a dificuldade de atendimento nas delegacias, Erivando informou que na última greve da categoria foram disponibilizados mais de 50% do efetivo. Porém, em seis meses de paralisação, o Governo não chamou a categoria às negociações, segundo Erivando. “A categoria está muito inflamada, muito insatisfeita, e resolveu parar totalmente”, disse.

Redação O POVO Online

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