O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, está em Fortaleza para pedir ao Governador Cid Gomes tome providências para punir os responsáveis pela agressão contra os tios-avós da desembargadora Sérgia Miranda. As agressões teriam acontecido na última quarta-feira, 4, na casa dos idosos, em Horizonte.

Em entrevista à rádio O POVO CBN 1010, o desembargador justificou a presença da associação na Capital e a necessidade do encontro com o governador. “Não é porque se tratam de parentes de uma magistrada, mas porque são pessoas idosas”, disse.

Segundo Calandra, os autores das agressões agiram com muita violência. “Na minha vida de mais de 30 anos de magistratura, não tinha presenciado cenas tão bárbaras de agressão contra pessoas idosas”, relatou à rádio.

Indagado se o atentado pode ter alguma relação com o trabalho da magistrada, o desembargador mostrou que é preciso cautela antes de associar as agressões ao fato de a magistrada ter decretado ilegalidade da greve dos policiais civis e militares. “O que temos que saber é que as pessoas que lideram esse movimento de paralisação são pessoas que têm responsabilidade e não ordenariam agressão tão covarde”, opinou, referindo-se aos sindicatos.

Em seguida, Calandra considerou que é preciso fazer uma investigação dentro da própria Polícia, citando como exemplo a “faxina” feita pela presidente Dilma Rousseff nos Ministérios. “Nas forças policiais, aqueles que acabam seduzidos pelas práticas criminosas acabam expulsos da corporação”, sugeriu.

Na conversa com o governador Cid Gomes, Calandra adiantou que vai pedir, além do aprofundamento das investigações, a criação de um departamento, dentro da Polícia, especializado em solucionar ocorrências contra pessoas idosas.

Na última sexta-feira, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar suposto atentado. Os tios-avós da magistrada teriam sido agredidos por um grupo que invadiu a casa deles, em Horizonte (Região Metropolitana de Fortaleza), na última quarta-feira, 4. Os agressores teriam derramado álcool no cabelo de uma das vítimas, ameaçando queimá-la.